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Contra radar, motoristas fecham avenida

Aparelho na Francisco Matarazzo tem aplicado indevidamente multas por excesso de velocidade, diz categoria

Somente um motorista afirma que recebeu 12 autuações no radar; sindicato quer que as multas sejam revistas

Apu Gomes/Folhapress/SAO PAULO, SP, BRASIL
Ônibus parados em corredor da Francisco Matarazzo durante protesto ontem; motoristas afirmam que as multas aplicadas por radar na via são ilegais
Ônibus parados em corredor da Francisco Matarazzo durante protesto ontem; motoristas afirmam que as multas aplicadas por radar na via são ilegais

OLÍVIA FLORÊNCIA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Motoristas de ônibus fizeram um protesto na manhã de ontem bloqueando o corredor de ônibus nos dois sentidos da avenida Francisco Matarazzo (zona oeste de SP). A manifestação durou cinco horas e prejudicou cerca de 105 mil passageiros.

Segundo a categoria, o radar que fica na altura do número 555 da avenida, no sentido centro, está multando os ônibus mesmo quando eles passam abaixo da velocidade permitida no local, que é de 50 km/h.

O protesto começou por volta das 9h e causou cerca de 1,9 km de congestionamento por volta das 13h. A via chegou a ser a mais congestionada da cidade, ganhando até das marginais Tietê e Pinheiros.

Os motoristas querem que as atuações sejam revistas e ameaçam novas paralisações.

Os funcionários de quatro viações estiveram presentes no protesto. Segundo o sindicato da categoria, são quase mil multas aplicadas pelo mesmo radar entre outubro do ano passado e abril.

Um motorista, que pediu para não ser identificado, disse que tem 12 autuações no mesmo radar. "Só tenho multa deste radar." Ele é motorista há 17 anos e conta que essas são suas primeiras multas. Ele possui 48 pontos na CNH (carteira habilitação) - com 21 pontos o motorista perde a carteira.

O diretor do sindicato dos motoristas, Raimundo Ivan de Oliveira Souza, afirma que o radar deu várias multas indevidas nos últimos meses e que elas são repassadas para o motorista pagar.

Ele afirmou que as multas pararam de chegar há cerca de 20 dias e que isso teria ocorrido após a troca do equipamento. Cada multa por excesso de velocidade de até 20% custa R$ 85,13 e rende quatro pontos na carteira.

Os sindicalistas mandaram ofícios à CET (Companhia de Engenharia de Trânsito) e à SPTrans (empresa que gerencia o transporte), mas sempre obtiveram como resposta que o equipamento funcionava normalmente e que não precisava ser aferido.

Os motoristas afirmam que o limitador, equipamento instalado no ônibus que impossibilita acelerar depois que ele passou dos 60 km/h, comprova que as multas são irregulares, já que há autuações onde a velocidade registrada foi de 69 km/h.

Colaborou TATIANA SANTIAGO, do "AGORA"

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