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'Piratas' invadem centro de Ilhabela e explodem bancos

Quadrilha chega de lancha e sitia ruas para assaltar cinco caixas eletrônicos

Policial militar é feito refém durante ação; cerca de 20 bandidos fogem pelo mar com R$ 220 mil em dinheiro

VANESSA CORREA
ENVIADA ESPECIAL A ILHABELA
AFONSO BENITES
DE SÃO PAULO

Uma quadrilha com pistolas e fuzis desembarcou de duas lanchas em Ilhabela na madrugada de ontem, sitiou as ruas do centro, fez um PM refém e deixou a cidade do litoral paulista 20 minutos depois com R$ 220 mil tirados de cinco caixas eletrônicos.

Segundo a polícia, houve explosões e tiros disparados nas portas dos bancos.

Eram 3h30 de ontem quando cerca de 20 homens começaram a série de crimes.

Primeiro, cinco deles, todos encapuzados e armados, usaram um carro roubado para chegar a um posto policial e render o único PM que estava lá -dois colegas que deveriam estar na base tinham saído para atender a outra ocorrência.

Algemado, o PM foi agredido com coronhadas e chutes. Teve ainda a arma roubada.

Os demais criminosos se espalharam pelo centro da cidade. Parte se dividiu em duplas que ficaram em pontos estratégicos a fim de evitar que outros policiais ou curiosos se aproximassem da área.

O carro de um segurança de um hotel que foi ver o que estava acontecendo foi alvejado por disparos. Estilhaços do vidro feriram o seu rosto.

Outra parte do bando foi para dois bancos da região, uma agência do Bradesco e outra da Caixa. Houve ainda outros criminosos que tentaram entrar no Café Free Port.

Nos bancos, após estourarem as portas de vidros com tiros, o bando explodiu cinco caixas eletrônicos. Da loja, não levaram nada porque o dono diz ter colocado janelas blindadas após ter sido vítima de crimes parecidos, em que assaltantes chegaram e foram embora de lancha.

Pelos cálculos da polícia, esse foi o terceiro ataque de ladrões que chegaram pelo mar na cidade de Ilhabela.

Foi o primeiro que teve bancos como alvo. O prefeito da cidade, Antônio Colucci (PPS), lembrou que os caixas eletrônicos foram instalados pelos bancos há pouco mais de um ano a pedido seu, para atender aos turistas.

PULO NO MAR

O policial feito refém só conseguiu fugir quando os ladrões atiraram no carro do segurança. Segundo a PM, mesmo algemado ele correu para o mar onde não era visto pelo bando. De lá, viu o grupo escapando, por volta das 4h, em duas lanchas.

"Nunca vi nada com tanta ousadia. É assustador para quem conheceu essa ilha tranquila", diz a comerciante Débora Faria, 50, que foi acordada com as explosões. "Foram várias, um terror. Abri a janela e vi uns caras todos encapuzados, correndo."

Até a conclusão desta edição, ninguém havia sido preso. A polícia apreendeu pés-de-cabra, projéteis disparados e quase R$ 8.000 que estava dentro de um malote -o dinheiro provavelmente foi esquecido pela quadrilha.

Uma das lanchas usadas na fuga foi encontrada à tarde na praia do Jabaquara.

A polícia investiga se o bando é o mesmo que age em outras cidades do litoral. Neste ano, já ocorreram cinco ataques a caixas no litoral norte.

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