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Metrô começa a desapropriar terrenos em bairros nobres

Restaurante Carlota, em Higienópolis, é um alvo

DE SÃO PAULO

O governo de São Paulo deu início ao processo de desapropriação para a construção da linha 6-laranja (Brasilândia e São Joaquim) do Metrô. A área passível de desapropriação tem 407,4 mil m², algo equivalente a cerca de 56 campos de futebol.

O decreto foi publicado ontem no "Diário Oficial" do Estado. Serão 406 imóveis localizados nos bairros paulistanos da Freguesia do Ó, Lapa, Barra Funda, Perdizes, Consolação, Higienópolis, Pacaembu, Bela Vista e Liberdade.

A Folha antecipou em janeiro a desapropriação anunciada agora oficialmente.

Na ocasião, um estudo do Metrô entregue à Cetesb (agência ambiental paulista) calculava a desapropriação de 202 mil m², menos da metade da área divulgada ontem pelo governo paulista.

A diferença se dá porque o Metrô incluiu na lista de desapropriações o terreno de uma antiga pedreira na Brasilândia, zona norte.

O espaço abrigará o futuro pátio de manobras dos trens da linha 6-laranja.

O governo entrará no segundo semestre com as ações de desapropriação.

O Metrô determina um valor a ser pago; se o proprietário do imóvel não concordar, o juiz nomeia um perito para arbitrar o montante a ser pago. O valor gasto com as desapropriações não foi divulgado. A intenção do Metrô é começar as obras da linha em 2013, a fim de que ela passe a funcionar em 2017.

A linha 6-laranja terá, no total, 15,9 km e 15 estações, segundo o Metrô. Boa parte delas estará em áreas nobres da cidade, como Pacaembu, Perdizes e Higienópolis.

Entre os imóveis que devem ser desapropriados está o do restaurante Carlota, da chef Carla Pernambuco, na rua Sergipe, em Higienópolis.

Carla, que é dona do imóvel, disse que só se pronunciará quando for notificada pelo governo. "Lógico que, se você tem uma empresa com 50 funcionários, tem que tomar alguma atitude. Mas, enquanto não for definido, não posso pensar nada."

Parte do estacionamento da faculdade privada Faap, que fica no mesmo bairro, também está na lista.

No restante da cidade há bancos, postos de combustível e clínicas, entre outros.

Ao todo, são 140 imóveis comerciais, 214 residenciais e 52 terrenos vagos.

Motivo de polêmica em 2011, a estação em Higienópolis ficará na rua Sergipe, entre as ruas Ceará e Bahia. Parte dos moradores do bairro não queria metrô na região.

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