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Água que abastece sertão nordestino é desviada

Em Pernambuco, polícia e governo investigam furtos na rede que atende 13 municípios

DANIEL CARVALHO
DE SÃO PAULO

Além da estiagem, sertanejos de Pernambuco estão tendo de encarar outro problema: furto de água.

A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) identificou 12 grandes desvios na rede que capta água do rio São Francisco e abastece 13 cidades do sertão.

O sistema adutor do oeste coleta 480 litros por segundo na cidade de Orocó (567 km de Recife) e distribui essa água para mais de 200 mil pessoas ao longo de 700 km.

Num trecho de 200 km, a Compesa constatou perda de 80 litros por segundo. Segundo o presidente da companhia, Roberto Tavares, esse volume poderia abastecer uma cidade do porte de Ouricuri (624 km de Recife), que tem 64 mil habitantes.

A Compesa e PM observaram reservatórios e barragens sendo abastecidos e áreas verdes contrastando com a aridez que predomina na região. Também foi possível identificar o abastecimento irregular de carros-pipa.

CLANDESTINOS

"A gente não pode permitir que uma pessoa faça uma ligação clandestina na adutora para encher uma barragem. Prejudica o abastecimento de 13 cidades. Numa época de seca como essa, a gente tem que ter controle sobre cada gota d´água", diz.

Ontem, equipes da Compesa e da PM passaram o dia visitando locais onde foram identificados os desvios. Segundo Tavares, será feito um boletim de ocorrência para registrar os furtos.

Apenas 35% das moradias na zona rural do Nordeste recebem água encanada.

Tavares disse que existem 900 pontos de distribuição nos 700 km do sistema. Na próxima semana, cada ponto terá a vazão calculada para ver se é necessário alterar o volume de água liberado.

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