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Música, skate e 'clones' dão ar de festa à Paulista

Esquina com a Augusta é o point

FERNANDA KALENA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Cai a noite na Paulista. Pouco antes das 19h, um grupo de "visitantes" começa a se misturar entre engravatados, office-boys e estudantes. Uma molecada com skate debaixo do braço chega aos pares. Um rapaz regula o amplificador. Anuncia: "som, som". E testa o volume.

São diferentes "cenários" montados ao longo de um dos quarteirões mais badalados da avenida Paulista, aquele que fica entre as ruas Augusta e Frei Caneca. Ali em frente está um dos cartões-postais da metrópole: o Conjunto Nacional. Aos poucos, a plateia vai se formando. E começa a ganhar corpo no comecinho da noite.

"Saio do trabalho e paro aqui para ouvir música e arejar a cabeça", conta o servidor público Marlos Lopes, 30, que assiste ao guitarrista Fernando Loko, 22. Ao seu lado, o que se vê são grupos de amigos, casais de namorados e até mesmo gringos, de passagem pela cidade. Uns tomam cerveja, outros tocam violão.

São mais de 20h da última quinta-feira quando três irmãos, todos vestidos de Michael Jackson, param em frente ao shopping Center 3. Um deles sussurra algo no ouvido de Fernando, que nem assim perde o ritmo da canção que toca: "Creep", da banda inglesa Radiohead.

A próxima música, a pedido dos irmãos, é o mega-hit "Billie Jean". O trio inicia a apresentação. A plateia se anima. Alguns tiram fotos. Outros filmam com o celular.

DALI PARA A BALADA

Acostumada a tocar violão e gaita pelas ruas de Londres, a musicista Carla Pecorelli, 38, disse que estava surpresa com o aumento de artistas de rua em São Paulo, principalmente na avenida Paulista. "Em bares, muitas vezes o artista é pano de fundo. Na rua, tem que cativar o público."

Embalados pela música, skatistas desviam de pedestres e fazem suas manobras pelo cimento liso da calçada.

"Isso aqui é assim. Sempre acontece alguma coisa", diz Dayene Scarpino, 19, estudante de administração. É ali, no meio desse "caldeirão", que ela costuma se encontrar com as amigas para decidir o rumo da balada.

A apresentação de artistas de rua em locais públicos está regulamentada pela Prefeitura de São Paulo desde o ano passado, após polêmicas e protestos. Eles podem ocupar até um terço da calçada ou deixar no mínimo 1,2 metro para os pedestres. Ao menos naquele quarteirão da Paulista, a distância era respeitada.

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