Augusta da zona leste 'ferve' com bares e teatro

O paraibano João Coelho Gonçalves Lisbôa gravou seu nome na história ao apoiar a República, em 1889. Mas sua fama, hoje, é pela rua que o homenageia no Tatuapé. Com os quarteirões salpicados de bares e baladas, a Coelho Lisboa virou uma espécie de "Augusta da zona leste".

"Tem de tudo, desde os pagodeiros até os alternativos. Em uma proporção menor, é a nossa Augusta", diz o programador Victor Henrique Perez, 20, que mora no bairro Cidade Líder, na região.

Numa esquina, três bares e uma casa noturna arrastam uma multidão ao som de pagode, com intervalos de sertanejo e funk. Descendo o quarteirão há rock e pop com bandas que já têm fãs no bairro.

Os alternativos se encontram numa casa de jogos eletrônicos em que se vendem cerveja e refrigerante.

Reforçando a tese de que a Coelho Lisboa se assemelha à Augusta, há um teatro. Mas em vez da programação que agrada aos "hipsters" que descem da avenida Paulista, no Tatuapé as peças têm temáticas populares, como comédias românticas e stand-ups.

No fim da noitada, pode-se forrar o estômago com sushis ou hot dogs de carrinhos na calçada. "Aqui vem gente A, B e C, hétero e homossexual," diz o segurança Jair Bueno.

Mas nem tudo é igual entre o centro e a ZL. Na Coelho Lisboa não há prostitutas. E, na zona leste, é tudo mais barato.

Quem mora na área enumera razões para ter a Coelho Lisboa como a queridinha da vida noturna. "Conheço as pessoas, inclusive a banda que está tocando", diz o comerciante Alfredo Jr., 40, no Paçaí.

Estar perto de casa oferece facilidades de transporte que permitem beber um pouco mais. "Gasto no máximo uns R$ 20 de táxi", diz Mariana Chimello, 21, que vai ao samba com os amigos no Rico's.

O carioca Rogério Guerreiro, 33, já descobriu os bares da região. "Tem até samba, coisa que eu via mais no Rio."