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PF deve indiciar responsável por obra em prédio que caiu

Laudo afirma que reformas em empresa causaram desabamento de 3 prédios no Rio

Sócio de empresa, Sérgio Alves, deve ser indiciado sob suspeita de homícidio culposo, diz delegado da PF

DIANA BRITO
DO RIO

A Polícia Federal deverá indiciar na próxima semana sob suspeita de homicídio culposo -quando não há intenção de matar- Sérgio Alves, sócio majoritário da empresa TO (Tecnologia Organizacional).

A empresa funcionava em um dos três prédios que desabou no centro do Rio, em janeiro deste ano. Dezenove pessoas morreram e três continuam desaparecidas.

Laudo pericial constatou que o desabamento foi causado pelas obras que aconteciam na TO, no nono andar de um dos prédios.

Em abril, após fazer a acareação com quatro operários da obra,o delegado Fábio Scliar, da Delegacia de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico da Polícia Federal afirmou que "entre sete e oito paredes derrubadas, pelo menos 4 eram estruturais".

Na ocasião, de acordo com Scliar, os operários concluíram que se tratava de paredes estruturais porque "havia uma estrutura de concreto e ferro amarrada por estribos que adentravam a viga e a laje do piso".

Ontem, segundo o delegado da PF, as investigações mostraram que Alves foi o responsável pela contratação dos operários da obra.

Além de homicídio culposo, o sócio da TO deverá ser indiciado também por crimes de dano culposo a bem tombado -o desabamento dos prédios atingiu parcialmente o Theatro Municipal.

O indiciamento poderá incluir ainda lesão corporal e o fato de ter causado desabamento expondo a perigo a vida de pessoas.

"Apesar de não ser o único dono da empresa, este sócio [Sérgio] é quem tinha o domínio do fato da obra. Foi ele quem mandou contratar [os operários]", afirmou o delegado Scliar.

ANTECEDENTES

De acordo com a Polícia Federal, a decisão terá como base mais de 15 depoimentos colhidos na delegacia federal e o laudo do ICCE (Instituto de Criminalística Carlos Éboli), da Polícia Civil do Rio, finalizado na última segunda-feira.

O laudo afirma ainda que "causas antecedentes" influenciaram a tragédia como o acréscimo de andares no edifício Liberdade, onde acontecia a obra no 9º andar, em 1939, e a obra do metrô na década de 70.

Scliar afirma que é como se o edifício Liberdade estivesse "à beira do abismo e a obra da TO só tivesse dado um empurrão".

Cristiane Azevedo, gerente da TO, e quatro operários que trabalhavam na obra também poderão ser indiciados. O inquérito do caso deve ser concluído na semana que vem. Uma testemunha ainda será ouvida até a próxima sexta-feira.

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