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Prefeitura deixa tomógrafo novo na caixa

Aparelho para exames médicos, pedido há 7 anos, chegou em dezembro, mas até agora não foi utilizado na zona leste

Outros 2 equipamentos novos estão na mesma situação, apesar das filas de espera nos hospitais municipais

GIBA BERGAMIM JR.
TALITA BEDINELLI
DE SÃO PAULO

Um aparelho de tomografia pedido há sete anos foi, enfim, entregue ao Hospital Municipal Tide Setúbal, em São Miguel Paulista, bairro do extremo leste paulistano.

A notícia seria boa não fosse o fato de o equipamento estar guardado dentro de uma caixa e sem uso desde o final do ano passado.

Na capital, onde o exame chega a demorar dois meses na rede municipal -segundo levantamento do Tribunal de Contas do Município em 2010- há ao menos três aparelhos à espera de instalação.

Além do Tide Setúbal, que recebeu o aparelho de R$ 360 mil, os hospitais de Vila Maria e São Luiz Gonzaga, do Jaçanã, ambos na zona norte da cidade, estão com os equipamentos parados desde 2010.

O motivo: falta de salas adequadas para a instalação.

Na zona leste, conforme revelou o blog Mural (mural.blogfolha.uol.com.br), da Folha, para fazer o exame que reproduz imagens com maior clareza do corpo humano, os pacientes estão sendo transferidos em ambulâncias para unidades que ficam a cerca de 5 km do Tide Setúbal.

Os carros, de empresas terceirizadas, ficam na porta da unidade para fazer as transferências. Um motorista de ambulância disse que todos os pacientes que precisam do exame estão sendo levados para os hospitais municipais Waldomiro de Paula e Ermelino Matarazzo - respectivamente a 5 km e a 3 km dali.

A NOVELA

O tomógrafo faz parte de uma novela que se arrasta desde 2005, quando o equipamento foi solicitado por conselheiros de saúde.

Isso ocorreu após a morte do metalúrgico Marcelo Pereira de Assis, 29, em dezembro de 2004. Ele foi internado com dor de cabeça quatro dias antes no hospital e só foi submetido a uma tomografia um dia após a internação, no hospital de Ermelino Matarazzo, pois não havia tomógrafo no Tide Setúbal.

Em 2005, o deputado federal Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT), apresentou uma emenda pedindo R$ 500 mil para a compra, que foi aprovada em 2006.

Porém, a verba foi congelada naquele ano, após uma operação da Polícia Federal para combater fraudadores de licitações na área de saúde em todo país, a chamada Máfia dos Sanguessugas.

Em 2007, uma nova emenda foi apresentada e aprovada para orçamento de 2008.

Segundo o conselheiro municipal de saúde Marcos Augusto Germano, em 2009, os R$ 500 mil do Fundo Nacional de Saúde foram depositados na conta da prefeitura.

Porém, o leilão para a compra só ocorreu em 2011. "O dinheiro ficou parado porque, segundo o hospital, não apareceram interessados em participar da licitação em 2010", disse o conselheiro Germano.

No fim de 2011, o aparelho foi entregue. Para instalá-lo é necessária uma obra de adequação do espaço e a contratação de um profissional capacitado para operá-lo.

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