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Irinéa Sá Carvalho Lichtenberg (1922-2012)

Pioneira da psicologia no Brasil

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Era um paciente atrás do outro, lembra a oftalmologista Wendy Falzoni, sobre o fluxo no consultório da mãe, Irinéa Sá Carvalho Lichtenberg.

Irinéa, que se formou pela Faculdade Nacional de Filosofia, no Rio, integrou a equipe de Emilio Mira y López, diretor do Isop (Instituto de Seleção e Orientação Profissional) da FGV, também no Rio.

Ele lutou ativamente pela regulamentação da profissão de psicólogo no Brasil, e quando isso aconteceu, em 1962, Irinéa foi uma das primeiras a ter sua atividade oficialmente reconhecida.

Natural de Três Lagoas (MS), perdeu a mãe cedo, com apenas dois anos, e foi criada pelos irmãos mais velhos -eram, ao todo, sete. Por volta dos 12 anos, mudou-se para o Rio, onde conheceria mais tarde o marido, o engenheiro americano John Lichtenberg, 88, que trabalhava na construção de usinas hidrelétricas.

O casamento ocorreu em 1956, e logo depois a psicóloga foi para os EUA com o marido. Passou cerca de cinco anos lá, até retornar ao país.

Em São Paulo, foi professora e teve seu próprio consultório, onde trabalhou até por volta dos 65 anos, diz a filha.

Brincavam que sua sala de consulta era "ilimitada", pois, mesmo fora dela, continuava ajudando as pessoas.

Por causa do irmão Zacarias, comunista, ajudou a esconder Olga Benário. Muitos anos depois, ainda guardava um tufo de cabelo que a companheira de Luiz Carlos Prestes cortara, conta a família.

Recentemente, alegrava-se em poder participar da educação dos netos. Deixou quatro, além das duas filhas. Morreu no domingo, aos 90, devido a uma insuficiência pulmonar.

coluna.obituario@uol.com.br

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