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Leocádia Cintra de Campos (1907-2012)

Enfrentou cedo uma vida longa

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Algumas etapas da vida chegaram para Leocádia Cintra de Campos precocemente. Um século atrás, quando contava apenas cinco anos, perdeu a mãe e passou a receber os cuidados da avó.

Também veio cedo o matrimônio. Com apenas 14 anos, ela, que foi interna num colégio em Santana, na zona norte de São Paulo, casou-se com Carlos Augusto de Campos, advogado então com 21.

Paulistana, era filha de um farmacêutico que possuía um negócio na rua Augusta. A família tinha terrenos na zona leste e por isso uma rua da Mooca leva hoje o nome de Leocádia Cintra, em homenagem à sua avó homônima.

Ela e o marido, após o casamento, viveram numa chácara em Santo Amaro, na zona sul. Ficaram na região -onde o marido foi provedor da Santa Casa- por 40 anos.

Perfeccionista, Leocádia fazia minuciosamente seus tricôs em casa. E não gostava de cozinhar. "É melhor fazer tricô, que dura a vida inteira, do que um prato, que a gente bota na mesa e em cinco minutos desaparece", dizia.

Leitora voraz, adorava livros. Quando já tinha lido todos ao seu alcance, recorria às bulas para manter o hábito. Alguns volumes ela deu a familiares; o restante doou a uma biblioteca do bairro.

Como lembram os familiares, Leocádia para tudo tinha uma resposta. Era "entendida de política" e tinha um modo de falar cativante.

Ficou viúva há mais de 20 anos. Dos quatro filhos que teve, três já morreram. Morreu no domingo, aos 105, após uma pneumonia. A missa do sétimo dia será amanhã, às 16h, na paróquia de Sant'Ana, em São Paulo.

coluna.obituario@uol.com.br

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