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Greve do metrô será julgada em 30 dias

Justiça dá prazo para que empresa estatal e sindicalistas apresentem suas versões sobre o que levou à paralisação

Multa de R$ 100 mil à qual categoria dos metroviários está sujeita poderá ter valor aumentado

EDUARDO GERAQUE
DE SÃO PAULO

O Tribunal Regional do Trabalho informou que o julgamento da legalidade da greve dos metroviários, que parou São Paulo anteontem, vai ocorrer em 30 dias. Trata-se do prazo que as partes -estatal e sindicalistas- têm para apresentar suas versões.

No mesmo ato, a Justiça decidirá se a multa de R$ 100 mil à qual os sindicalistas estavam sujeitos se paralisassem o sistema será realmente aplicada e se o valor dela passará por um recálculo.

Desde o dia da greve, o Metrô pediu à Justiça do Trabalho que aplique uma multa "não menor que R$ 1 milhão" ao Sindicato dos Metroviários.

O valor é baseado, segundo os cálculos da empresa, nos prejuízos gerados à população da cidade -cerca de 3 milhões de pessoas passam pelo sistema diariamente. E na gravidade da decisão tomada pelos trabalhadores, que descumpriram uma liminar judicial que impedia a greve.

Os efeitos da paralisação se espalharam pela cidade, que registrou congestionamento recorde no período da manhã.

Os trabalhadores já foram multados em paralisações anteriores, mas recorreram delas na Justiça -e as penalidades nunca foram pagas.

A avaliação da diretoria do Sindicato dos Metroviários, que anunciou que vai recorrer de novo de uma eventual multa, é que não houve desrespeito à ordem dada pela Justiça de manter 100% dos funcionários trabalhando em horário de pico. "Não é possível fazer uma paralisação com 100% das pessoas trabalhando", diz Altino Prazeres Júnior, presidente do sindicato.

Na prática, a decisão dos sindicalistas partiu do princípio de que a greve traria mais benefícios à categoria do que prejuízos, mesmo se a multa for de fato aplicada.

No balanço feito pelos sindicalistas, se o aumento salarial não pode ser considerado como uma "estrondosa vitória", a greve mostrou a força da categoria. Desde 2007 não havia uma greve de metroviários na capital paulista.

O governo de São Paulo classifica a greve como "inoportuna" e "sem sentido" e acusa o sindicato de ter abandonado a mesa oficial de negociações antes do final da discussão salarial, o que os trabalhadores negam.

Para o governador Geraldo Alckmin (PSDB), a greve de anteontem teve motivação político-eleitoral -o comando do Sindicato dos Metroviários é ligado ao PSTU.

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