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Patrimônio de assessora de ex-diretor será investigado

Promotoria vai averiguar suposto enriquecimento ilícito de servidora

Arquiteta trabalhou com Hussain Aref Saab e mantinha joias, reais e dólares, avaliados em R$ 1,7 mi, em um cofre

ROGÉRIO PAGNAN
EVANDRO SPINELLI
DE SÃO PAULO

O Ministério Público Estadual abriu ontem investigação para apurar o suposto enriquecimento ilícito da servidora municipal Lúcia de Sousa Machado, braço direito de Hussain Aref Saab, ex-diretor do setor responsável por aprovar prédios médios e grandes de São Paulo.

Conforme a Folha revelou ontem, a arquiteta guardava R$ 1,7 milhão em um cofre em sua casa, entre joias, reais e dólares. A própria Lúcia revelou o patrimônio em depoimento à polícia, após o cofre ter sido furtado.

A Promotoria abriu investigação contra a servidora com base na reportagem.

Lúcia foi a principal assessora de Aref nos pouco mais de sete anos em que ele dirigiu o Aprov. Nesse período, conforme o "TV Folha" revelou na semana passada, Aref adquiriu 106 imóveis avaliados em cerca de R$ 50 milhões.

"O valor subtraído é considerável para uma funcionária pública de quarto escalão", disse o promotor Silvio Marques, que faz parte de uma força-tarefa criada para apurar o suposto enriquecimento ilícito de Aref e que também participará da apuração sobre a assessora.

INVESTIGAÇÕES

Aref deixou o cargo no mês passado. Lúcia permanece na função. Ela também será investigada pela Corregedoria-Geral do Município.

Além dessa investigação, a Promotoria abrirá mais cinco inquéritos para apurar casos revelados pela imprensa em que há suspeita de que Aref tenha cometido improbidade administrativa.

Entre os casos, está a compra por Aref, por R$ 242 mil, de um apartamento que, três anos antes, havia sido negociado por R$ 1,2 milhão. Meses depois, o vendedor do imóvel teve um processo aprovado pelo setor de Aref.

A Promotoria decidiu abrir uma investigação específica para este caso após ouvir o vendedor do imóvel. Para os promotores, o depoimento dele não foi convincente.

Os promotores já tomaram depoimento de três pessoas que venderam imóveis para Aref. Eles reafirmaram que o ex-diretor costumava pagar os imóveis em dinheiro, como a Folha revelou na semana passada.

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