Governo adia reunião com grevistas de federais

O Ministério do Planejamento cancelou a reunião com os professores das universidade federais em greve, marcada para ontem, e adiou uma solução para a paralisação que começou no dia 17.

De acordo com o sindicato nacional da categoria, 43 das 59 universidades federais do Brasil estão paradas, pelo menos de forma parcial.

O governo avisou que vai remarcar o encontro, mas não deu uma previsão de quando isso vai realmente ocorrer. Sem a reunião, a categoria decidiu continuar com a greve.

O principal ponto de discórdia entre os grevistas e o governo é a reestruturação do plano de carreira docente.

Os professores dizem que a proposta que está na mesa de negociações é a mesma desde o ano passado.

A categoria reivindica uma carreira única, com incorporação das gratificações em 13 níveis remuneratórios.

O governo federal afirma que a discussão do tema está em aberto e que o prazo, na prática, termina em agosto -quando todas as propostas para o Orçamento 2013 precisam estar prontas.

Ontem de manhã, em São Paulo, professores em greve da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) fizeram um ato público na Paulista.

Eles também cobram melhorias na infraestrutura das universidades federais, principalmente as criadas durante o governo Lula. No caso da Unifesp de Guarulhos, por exemplo, a situação é precária, como mostrou a Folha no último sábado.

Ontem, Fernando Haddad, ex-ministro da Educação e candidato à Prefeitura de São Paulo, procurou minimizar as críticas à infraestrutura das universidades federais.

"São 126 campi universitários. Às vezes a gente se impressiona com um. Se você visitar, vai ficar bastante impressionado com o que instalamos". Sobre o caso de Guarulhos, o ex-ministro disse que não é falta de verba, mas problemas na licitação.