Índice geral Cotidiano
Cotidiano
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

'Me escondi na escola', diz funcionária

Colégios foram afetados na zona leste; homem que aparentava estar armado mandou unidade fechar no meio da aula

Intimidação também foi utilizada contra jornalistas que estavam na região de Guaianases e Cidade Tiradentes

DE SÃO PAULO

O dia de ontem foi tenso na Escola Estadual Pedro Taques, em Guaianases, na zona leste de São Paulo.

A escola, que atende alunos do ensino fundamental e médio, abriu no período da manhã mas, diante de ameaças, a direção decidiu cancelar as aulas à tarde.

"Começaram a ligar por volta do meio-dia ameaçando invadir a escola. Diziam que, se as aulas continuassem, as nossas crianças iam sair daqui dentro de caixões", disse uma funcionária da direção que não se identificou.

Mesmo com as aulas suspensas, ela afirma que a escola foi obrigada pela Diretoria de Ensino Leste 3 a permanecer com as portas abertas.

"A dirigente nos obrigou a ficar dentro da escola, disse que era 'onda' nossa, que as outras escolas da região estavam abertas, que nós estávamos inventando."

Por volta das 16h30, quatro funcionários permaneciam no local para cumprir a ordem quando um grupo começou a bater nos portões da escola e gritar ameaças. "Foi horrível. Eles gritavam 'fechem essa porra' e nós ficamos escondidos nos fundos da escola", conta a funcionária, que só saiu da escola depois que a PM chegou.

As intimidações não pararam por aí. Quatro jornalistas do Grupo Folha foram ameaçados em momentos diferentes. No terminal de ônibus da Cidade Tiradentes, ao ver que o repórter da Folha estava entrevistando uma mulher, o homem disse: "Se eu fosse você, não entrava no bairro. Com um rádio que eu passo pro pessoal, a situação vai ficar perigosa pra você."

RETALIAÇÃO

No mesmo bairro, funcionários de outra escola afirmaram que um homem, aparentando estar armado, fez ameaças. "O cara veio aqui na escola, botou a mão na cintura como quem fosse pegar uma arma e disse que se não cancelássemos as aulas ia ter retaliação", disse um funcionário da escola municipal Maílson Delane.

As aulas já haviam começado e, quando chegou a hora do intervalo, os alunos foram dispensados.

Não foi somente lá. "Eu estava terminando a aula quando um funcionário disse que todos estavam dispensados por causa do toque de recolher", afirmou um professor de português da escola Antonio Pereira Ignacio.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.