Índice geral Cotidiano
Cotidiano
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Metralhadoras desaparecem do Deic

Seis armas sumiram na semana passada de sala no prédio do departamento que combate o crime organizado no Estado

Delegado diz que caso é grave e será apurado pela Corregedoria; armamento estava no setor de roubo a joias

ANDRÉ MONTEIRO
DE SÃO PAULO
JOSMAR JOZINO
DO “AGORA”

Três metralhadoras e três espingardas calibre 12 sumiram na semana passada de uma sala da 2ª Delegacia de Furtos e Roubos de Joias do Deic (Departamento de Investigações sobre Crime Organizado), em São Paulo.

O prédio, situado no Carandiru (zona norte da cidade), é monitorado por câmeras de vigilância e possui catracas na entrada principal.

Segundo policiais que pediram para não ter os nomes divulgados, as armas são do Estado e estavam em um armário na sala da delegacia porque no prédio do Deic não existe cofre de segurança.

Os mesmos policiais afirmaram que até ontem o armamento não havia sido recuperado. Eles acrescentaram ainda que as armas furtadas podem ser comercializadas por preços que variam de R$ 12 mil a R$ 20 mil.

A reportagem procurou o delegado-titular da 2ª Delegacia de Furtos e Roubos de Joias, José Luiz Ramos Cavalcanti, para falar sobre o caso, mas uma policial disse que ele estava em investigação externa e não poderia falar.

CASO GRAVE

A delegacia cuida das investigações de grandes roubos a joalherias e setor de penhores de bancos, além de furtos envolvendo falsas empregadas domésticas.

Segundo o delegado-geral da Polícia Civil, Marcos Carneiro Lima, o furto foi descoberto na semana passada e o caso é investigado pela Corregedoria da corporação.

Carneiro disse que, inicialmente, os policiais pensaram que as armas poderiam estar em algum carro oficial ou na casa de algum agente. Porém, como elas não apareceram, o furto foi confirmado e um boletim de ocorrência acabou sendo registrado.

"O caso é muito grave e será investigado com seriedade pela Corregedoria. Faremos um bloqueio dos números de registro e, se as armas aparecerem em qualquer lugar do Brasil, saberão que é da Polícia Civil de São Paulo", disse.

FISCALIZAÇÃO

O delegado afirma que já houve casos semelhantes, como o de faxineiros que levaram armas de delegacias.

Mas ele determinou fiscalizações constantes no acervo de armas de todas as delegacias para evitar esse tipo de ocorrência grave.

"Precisamos de uma mudança cultural para acabar com aquela coisa de que porque é coisa pública é de ninguém. O administrador público tem a obrigação de ser o maior fiscal da coisa pública", afirmou o delegado.

A assessoria da Secretaria da Segurança Pública disse que não iria informar mais detalhes do caso porque o delegado-geral já havia falado.

A assessoria de imprensa do Deic foi procurada pela reportagem, mas não atendeu as ligações.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.