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Filomena Parente Cammarota (1927-2012)

A italiana e seu futuro no Brasil

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Foi só com o fim da Segunda Guerra (1939-1945) que Filomena Parente, nascida no sul da Itália, conseguiu se casar. Francesco Cammarota, o marido, tinha ido lutar pesando 100 kg. Ficou por um tempo preso num campo de concentração e, quando voltou para casa, estava com 58 kg.

"Temos que ir embora, porque aqui nossos filhos não terão futuro", disse-lhe o companheiro. No fim de 1947, o casal chegou ao Brasil, onde Francesco tinha um irmão.

Como conta o filho Michele, a mãe trabalhou em uma granja até que o marido conseguisse uma freguesia para seus pães italianos.

O marido atuou em tradicionais padarias do bairro do Bixiga, na região central de São Paulo, como na Basilicata (onde o irmão foi um dos donos, segundo a família), e na Italianinha, da qual chegou a ser sócio, conta o filho.

Em 1968, abriu a própria padaria, a Magister, no Jardim da Saúde, na zona sul. Desde então, Filomena ajudou no negócio da família.

Em 1971, porém, Francesco foi assassinado a tiros a 100 metros do estabelecimento. "Até hoje não se sabe por quê", diz o filho. Segundo ele, o pai não tinha inimizades e a polícia nunca prendeu nenhum suspeito do crime.

Viúva com pouco mais de 40 anos, não mais se casou e criou os três filhos sozinha.

A padaria acabou sendo transformada em bar, mantido até cerca de 15 anos atrás.

Conciliadora, não era de brigas, como conta a família. O que mais gostava de fazer era preparar macarronada para os netos aos domingos.

Morreu no domingo, aos 85, devido a um tumor. Teve quatro netos e seis bisnetos.

coluna.obituario@uol.com.br

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