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Shopping terá de demolir área irregular

Após 12 anos funcionando com construção maior que a permitida, Villa-Lobos vai derrubar 0,5% de sua área total

Processo é um dos que estão sob suspeita de atuação irregular de Hussain Aref Saab, ex-diretor da prefeitura

DE SÃO PAULO

O shopping Villa-Lobos terá de demolir uma área de 550 m² para colocar fim a uma irregularidade que já dura 12 anos, desde a inauguração do shopping, em abril de 2000.

Segundo reportagem publicada ontem pelo jornal "O Estado de S. Paulo", a demora para a regularização foi causada, principalmente, pela atuação do Aprov (Departamento de Aprovação das Edificações), da prefeitura.

O órgão foi chefiado entre 2005 e 2012 por Hussain Aref Saab, investigado pelo Ministério Público Estadual e pela Corregedoria da prefeitura sob suspeita de enriquecimento ilícito -nesse período, ele adquiriu 106 imóveis.

A área a ser demolida equivale a 0,5% do total da construção (111.050 m²). De acordo com o estabelecimento, a demolição não afetará "a operação dos lojistas e suas respectivas áreas de venda".

O shopping e a prefeitura, no entanto, se recusaram a dizer o que exatamente será derrubado. O estabelecimento informou apenas que "está em processo de implementação das medidas fixadas pela prefeitura municipal".

A demolição deverá atingir uma parte do excesso de construção. O shopping, que fica no bairro Alto de Pinheiros, região nobre da zona oeste de São Paulo, abriu as portas com uma área construída de 3.300 m² a mais do que previa o certificado de conclusão emitido pela prefeitura.

Desde a gestão de Marta Suplicy (2001-2004), o shopping vinha, com base nas regras de anistia instituídas pelo município, tentando regularizar a área excedente.

O processo se arrastou por anos, com várias passagens pelo Aprov e pelo gabinete de Aref, sem nunca ter conseguido aprovação ou rejeição.

A demora, porém, permitiu ao shopping continuar operando. O processo envolvendo o Villa-Lobos é um dos vários nos quais a participação de Aref é investigada.

"ROTINA"

Segundo o prefeito Gilberto Kassab (PSD), o que houve foi uma decisão de "rotina" na prefeitura. "[O processo] Estava pendente de aprovação e, agora, a prefeitura não aprovou ou aprovou com ressalva, impondo a demolição de 550 metros", disse ontem.

De acordo com ele, vários projetos obtém apenas aprovação parcial ou com condicionantes da área construída. "Às vezes, é preciso fazer alguma mudança na obra. Os erros precisam ser corrigidos, porque precisamos ter cada vez mais uma cidade legal."

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