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Baleia e Sahy se unem em prol de área de proteção

Movimento pretende barrar boom imobiliário

EDUARDO GERAQUE
ENVIADO ESPECIAL A SÃO SEBASTIÃO

Os frequentadores das badaladas praias da Baleia e Barra do Sahy, no litoral norte de São Paulo, estão prestes a obter uma grande vitória.

O projeto desenhado por eles, que cria uma área de proteção ambiental de 1 milhão de m² entre os dois locais, está perto de ser votado na Câmara de São Sebastião.

Se aprovado, o parque passa a fazer parte do plano diretor da cidade, o que deixa a efetivação dele mais real.

"No município não existe nenhuma área protegida que tenha manguezal, brejo de restinga ou floresta", explica Andre Waetge, engenheiro agrônomo contratado pelo movimento "Preserve o Litoral Norte" para desenhar tecnicamente o parque.

"A área forma um importante corredor ecológico até a região da serra do Mar", diz.

"Nossa ideia é fazer um acordo com a prefeitura e gerenciar essa área", conta a advogada Fernanda Carbonelli, uma das que encabeçam o movimento pró-verde.

"Não haverá desapropriações, por isso o custo para os cofres públicos será zero."

Na visão do grupo de moradores, a área de proteção ambiental vai ser importante para barrar a especulação imobiliária e ajudar 20 famílias de caiçaras que moram ali. "Não dá mais para viver de peixe. A pesca é só para o consumo próprio. De repente, levar turistas para passear pelo rio poderia ser uma boa fonte de renda para nós", afirma Haroldo Tavares, que mora no local.

Segundo Carbonelli, grande parte do parque está em uma zona já preservada pela legislação federal. "Queremos criar mais um empecilho para proteger o local."

Um passeio de barco pelas águas do rio Preto, que desemboca no canto da Barra do Sahy, mostra bem como os luxuosos condomínios da praia da Baleia pressionam o manguezal que existe por lá.

Uma das casas, de forma ilegal, tem parte de sua construção sobre um mangue.

"Aqui tem importantes espécies de aves e mamíferos. Encontramos registros, inclusive, de uma anta", diz o engenheiro agrônomo, que passou um mês mapeando toda a fronteira da área.

"Apesar de a ideia surgir de um movimento da sociedade, nem todos os moradores da praia da Baleia [interessados em negócios imobiliários, por exemplo] são a favor da criação da área de proteção", afirma Carbonelli.

A Secretaria do Meio Ambiente do Estado enaltece a iniciativa. Só que não apoia de forma categórica o parque.

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