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Traição pode ter motivado morte de executivo da Yoki, diz polícia

Imagens mostram mulher da vítima deixando prédio com 3 malas em 20 de maio; ela voltou sem elas

Policiais dizem que suspeita contratou um detetive para seguir o marido; presa, ela nega participação no crime

Carlos Pessuto/Futura Press
A mulher da vítima, Elize Ramos Kitano Matsunaga, é transferida de delegacia para um presídio feminino na Grande SP
A mulher da vítima, Elize Ramos Kitano Matsunaga, é transferida de delegacia para um presídio feminino na Grande SP

ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO

A polícia diz ter indícios de que o empresário Marcos Kitano Matsunaga, 42, diretor executivo da Yoki Alimentos, foi morto com um tiro e esquartejado porque sua mulher descobriu que ele a traía.

Desde segunda-feira, Elize Ramos Kitano Matsunaga, 38, mãe de uma filha de um ano do executivo, está presa temporariamente (por cinco dias) por ordem da Justiça. À polícia, ela negou as acusações.

Os policiais do DHPP (departamento de homicídios) suspeitam que Elize contratou um detetive para seguir o executivo. E descobriu que, entre 17 e 18 maio, ele saiu com algumas mulheres.

Os investigadores também procuram um homem que, segundo depoimentos, teria ajudado Elize a se desfazer do corpo do executivo.

Uma testemunha viu quando um motociclista, vestido de preto e em uma moto escura, jogou sacos plásticos azuis em um região de mata de Cotia (Grande SP).

Cabeça, uma perna e os dois braços do empresário foram encontrados na estrada dos Pires, uma região de mata em Caucaia do Alto, em Cotia, no dia 27 de maio.

Para os peritos, os pedaços do corpo foram separados com extrema precisão. Eles estavam em sacos plásticos azuis com um filete vermelho.

Durante uma operação de busca e apreensão anteontem, sacos parecidos foram encontrados na cobertura onde o casal vivia, na Vila Leopoldina (zona oeste de SP).

Segundo a perícia, as partes do corpo de Matsunaga foram mantidas sob refrigeração antes de serem jogadas na mata. O delegado Jorge Carrasco, chefe do DHPP, disse que existe uma quantidade "acima da média" de refrigeradores no apartamento da vítima e que isso chamou a atenção dos investigadores.

Elize e o marido faziam curso de tiros e ela, destra, é considerada uma boa atiradora. O tiro na cabeça do executivo foi dado à curta distância e pelo lado esquerdo. Para os policiais, esse também é outro indício contra Elize.

CÂMERAS DO PRÉDIO

A polícia também afirma que as imagens das câmeras de segurança do prédio onde o casal vivia incriminam a mulher do executivo.

As câmeras registraram quando marido e mulher, com a filha e a babá, chegam ao prédio na noite de 19 de maio. Depois, a babá e a empregada deixam o local.

Algum tempo depois, Matsunaga foi filmado ao descer para pegar uma pizza. Essa é a última imagem dele vivo.

No dia 20 de maio, por volta das 11h40, Elize foi filmada ao entrar em seu carro com três malas com rodinhas. Ela só retornou por volta da meia-noite, já sem as malas.

9 FORAM AO ENTERRO

Matsunaga foi enterrado ontem no cemitério São Paulo. Apenas o pai, Mitsuo, e o irmão, Mauro, compareceram, seguindo uma decisão da família. Havia mais sete pessoas, entre advogados e funcionários da empresa.

Não houve velório, mas apenas uma cerimônia de cinco minutos, realizada por um bispo anglicano.

Colaborou o "AGORA"

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