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Na Câmara, enfermeiro ganha salário de prefeito

Ganhos de motorista e contador são maiores que o do presidente da Casa

Salários de 713 servidores foram divulgados no sábado; trabalhadora mais bem paga ganha R$ 29.260

DE SÃO PAULO

A Câmara de São Paulo tem biblioteconomista, enfermeira e contador que recebem o mesmo que o prefeito Gilberto Kassab (PSD): R$ 24.117, o teto salarial do município.

Os dados estão desde sábado no site do Legislativo (www.camara.sp.gov.br), no link "Salários abertos", conforme publicou ontem o jornal "O Estado de S. Paulo".

Dos 713 servidores com salários divulgados na primeira fase, um terço (236) recebeu em maio mais de R$ 10 mil líquidos (descontando o Imposto de Renda e a contribuição ao INSS).

A média é R$ 8.975. O presidente da Câmara, José Police Neto (PSD), recebe salário mensal bruto de R$ 9.288.

Na lista, há motorista que ganha R$ 12 mil e alguns que ganham R$ 2.000. Esses trabalhadores são contratados como assessores parlamentares e recebem salários fixados pelos vereadores dentro da cota mensal a que têm direito para pagar.

O maior salário líquido pago em maio foi para uma supervisora de equipe, com 30 anos de casa (R$ 20.194).

Como pode se aposentar, mas ainda trabalha, o salário bruto chega a R$ 29.260 com o "abono de permanência".

POLÊMICA

A divulgação revoltou parte dos funcionários e deve fazer o Sindilegis (sindicato dos servidores) ir à Justiça.

"A transparência pública é salutar, desde que preservada a individualidade. Propusemos à Mesa achar uma fórmula para isso, mas não fomos ouvidos", diz Antônio Carlos Fernandes Lima Júnior, presidente do sindicato.

Segundo ele, o maior temor do servidor é ser vítima de algum tipo de ameaça ou constrangimento. "Todos têm suas vidas particulares. Expor o indivíduo pode colocar em risco sua integridade física."

A publicação, segundo a presidência da Casa, atende à Lei de Acesso à Informação, sancionada pela presidente Dilma Roussef em 2011. A prefeitura paulistana já divulga os salários desde 2009.

A primeira fase da divulgação pela Câmara incluiu servidores concursados, emprestados de outros órgãos e que têm cargo em comissão na Mesa Diretora. O salário de assessores de vereadores ainda será revelado.

O vereador Claudio Fonseca (PPS), autor da reforma administrativa de agosto de 2003, que cortou supersalários de até R$ 48 mil, diz que a divulgação dos vencimento é uma "medida acertada".

"Gasto público, satisfação ao público. A medida é coerente com o que vem sendo feito pelo Executivo", afirma.

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