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Mulher confessa ter esquartejado executivo da Yoki, afirma polícia

Acusada diz em depoimento que atirou no marido durante discussão provocada por ciúmes

Elize Matsunaga disse à polícia ter usado uma arma que havia ganho do próprio marido para atirar na cabeça dele

Robson Ventura/Folhapress
Elize chega algemada para prestar depoimento no departamento de homicídios
Elize chega algemada para prestar depoimento no departamento de homicídios

ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO

Entre crises de choro e momentos de firmeza, Elize Matsunaga, 38, confessou ontem, segundo a polícia, ter matado e esquartejado o marido, o executivo Marcos Kitano Matsunaga, 42.

Em um depoimento de cerca de oito horas, ela disse ter dado um tiro na cabeça do marido após uma discussão, seguida de agressão, provocada por ciúmes. O executivo era um dos herdeiros da Yoki Alimentos, vendida recentemente a um grupo norte-americano por R$ 1,75 bilhão.

A polícia diz acreditar que Elize contratou um detetive e descobriu que era traída. Na discussão na sala, disse, o marido a agrediu com um tapa. Ela, então, pegou uma pistola.380 mm -presente dado pelo marido- e atirou nele.

O crime ocorreu de 19 para 20 de maio no apartamento do casal, a cobertura de um prédio na Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo.

Antes da descoberta da morte, a polícia investigava o desaparecimento do executivo, registrado em 22 de maio por seu irmão.

O CRIME

Pela versão dada à polícia, Elize -sem a ajuda de ninguém- levou o corpo do marido da sala para o banheiro do quarto de uma das três funcionárias da família e começou a cortá-lo com uma faca.

Um médico-legista ouvido sob anonimato afirmou que a versão de Elize para o esquartejamento sem a ajuda de ninguém é possível com uma faca de cozinha lisa.

A filha do casal, de um ano, estava no apartamento na hora do crime. Elize e Matsunaga se casaram há dois anos.

A polícia investiga se Elize agiu sozinha quando esquartejou o marido, colocou o corpo em sacos plásticos e os jogou em um terreno baldio em Cotia, na Grande São Paulo.

"Tudo o que ela disse no interrogatório será checado ao final, mas ela confessou espontaneamente ser a autora do homicídio e que o praticou sozinha. Ela reafirma a tese de que o crime foi passional", disse Jorge Carrasco, delegado da Polícia Civil.

Apesar de Elize sustentar que cometeu o crime sozinha, uma testemunha disse ter visto um motociclista jogar sacos azuis iguais aos usados por ela em Cotia. A polícia tenta identificar o suspeito.

Após atirar no marido, Elize, que também tem formação técnica em enfermagem, disse que esperou cerca de dez horas o corpo esfriar para evitar um sangramento maior da vítima.

Na presença de seu advogado, Luciano Santoro, Elize contou que demorou cerca de quatro horas para esquartejar o marido. Depois, limpou o banheiro para evitar rastros.

A faca e as três malas usadas para levar o corpo do empresário não foram achadas.

Ontem, a prisão temporária de Elize foi prorrogada por mais 15 dias pela Justiça.

O rastreamento do telefone celular de Elize aponta que, em 20 de maio, ela estava em Cotia, onde as partes do corpo foram jogadas.

Elize afirmou também que se desfez do corpo no mesmo dia -disse que costumava passar pela região a caminho de um sítio em Ibiúna.

Cinco dias após o crime, Elize comprou bolsas Louis Vuitton no shopping Iguatemi com o cartão do marido.

Agora, a polícia tenta descobrir quem usou o e-mail do executivo, a partir de um celular, após sua morte.

A mensagem foi enviada para o telefone do irmão de Marcos Matsunaga e dizia "está tudo bem".

Colaborou o 'AGORA'

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