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Tatuapé tem rua com rush de Faria Lima

Via de dois quilômetros de extensão tem a mesma lentidão que uma das principais avenidas da capital paulista

Levantamento inédito da Folha mostra que muitas das 152 ruas mais congestionadas da cidade são residenciais

Fabio Braga/Folhapress
Trânsito lento entre as ruas Melo Peixoto e Catiguá, no Tatuapé
Trânsito lento entre as ruas Melo Peixoto e Catiguá, no Tatuapé

ANDRÉ MONTEIRO
CRISTINA MORENO DE CASTRO
DE SÃO PAULO

Apenas 600 metros separam a casa de Rosana Cristina Bueno, 52, da estação de metrô Carrão, zona leste de São Paulo. O trajeto parece fácil, mas por causa do trânsito ela sofre diariamente para fazê-lo quando tem que levar a filha na estação.

Para os moradores da rua dela, a Melo Peixoto, no Tatuapé, isso tornou-se normal. A via -alternativa à paralela Radial Leste -tem 2 km de extensão, mas teve o mesmo congestionamento, em média, que a av. Faria Lima, com o dobro do comprimento.

Segundo levantamento inédito feito pela Folha, a rua é a 34ª no ranking das mais lentas no horário de pico, com uma média de 1,7 km de lentidão nos dois sentidos.

A pesquisa foi feita com dados da Companhia de Engenharia de Tráfego ao longo dos 45 dias úteis entre 29 de março e 1º de junho e detectou as 152 vias que mais congestionam na cidade, dentre 175 monitoradas pela CET.

"Há 15 anos pedimos para a prefeitura pôr uma lombada e disseram que não colocariam porque só tinha poucas casas e não precisava. Hoje o movimento é tão grande que é difícil atravessar a rua", diz a dona de casa Maria de Lurdes Oliveira, 55, que mora no local há 27 anos.

Ruas secundárias que se destacaram no levantamento são majoritariamente residenciais. É o caso da Susana Rodrigues, pequena via de quatro quarteirões, apenas com casinhas antigas, que está encravada no miolo de Santo Amaro (zona sul). No fim de março ela ficou totalmente congestionada nos seus 400 metros de extensão.

NOVAS ROTAS

Moradores dessas ruas dizem que elas perderam a calmaria por saírem em avenidas cada dia mais cheias.

É o que acontece com as ruas Iguatemi, que acaba na Faria Lima, e Alvarenga, que deságua na marginal Pinheiros.

"A gente quer vender a casa para sair desse trânsito, porque aqui está insuportável. Até para entrar e sair de casa os motoristas xingam", diz uma moradora de 50 anos, há 40 na rua Alvarenga, que não se identificou.

As ruas mais problemáticas no período pesquisado pelo levantamento da Folha foram o corredor norte-sul (23 de Maio e Rubem Berta), com lentidão média de 7,6 km nos horários de pico, seguido da marginal Pinheiros, marginal Tietê e Bandeirantes.

A CET monitora, ao todo, 868 km de ruas, ou 5% dos mais de 17 mil km.

A companhia diz que prioriza os principais corredores que ligam o centro aos bairros da cidade e que as ruas de bairro entre as piores ocorrências de trânsito "não interferem na capilaridade do trânsito da cidade".

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