Petco Genadiev Gueorguiev (1938-2012)

O engenheiro búlgaro e os móveis

Quando Petco Genadiev Gueorguiev saiu, aos 16 anos, de Sófia, na Bulgária, autorizado pelo governo de seu país para disputar uma partida de basquete na França, já estava combinado com a família que ele não iria voltar.

Fugiu do comunismo e ficou vivendo, por cinco anos, em Paris, onde começou a estudar matemática e física na Sorbonne. Em 1959, porém, faltando meio ano para se formar, veio visitar uma tia no Brasil. Gostou tanto do país que não retornou à França.

Em São Paulo, formou-se engenheiro mecânico e conheceu, num baile da faculdade, a mulher, Maria Eugênia, professora de português com quem teve três filhos. Chegou a lecionar na FEI.

Por um tempo, trabalhou como engenheiro dos jipes Willys até entrar como diretor e sócio da Forma, uma loja de móveis e design. Escolhia os móveis, fazia contato com arquitetos e decoradores e ia às feiras em Milão (Itália).

No fim da década de 90, como lembra a família, vendeu a empresa e se aposentou.

Passou a dedicar seu tempo a cuidar das plantas em seu sítio no interior e a ouvir seus discos de jazz, estilo pelo qual era apaixonado.

Ficou sem rever os pais por 25 anos, pois havia sido proibido de entrar na Bulgária. Com autorização oficial, os pais vieram ao Brasil conhecer a neta. Após a abertura, voltou a visitar seu país.

Dono de um sotaque carregado, era piadista e carismático, como lembra a família.

Morreu no domingo (3), aos 73, de causas naturais, segundo a família. O segundo neto está a caminho. A missa do sétimo dia será hoje, às 11h, na igreja São José, em São Paulo.