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'Se não foi mais, ficou em 4 milhões', diz organizador

Presidente da Parada Gay critica políticos e comerciantes por falta de apoio

Fernando Quaresma diz que é impossível o evento ter atraído apenas 270 mil pessoas ontem na manifestação

CRISTINA MORENO DE CASTRO
DE SÃO PAULO

Os políticos precisam ver os integrantes da comunidade LGBT como cidadãos, não como consumidores. Esse é o principal desafio da Parada Gay, diz o organizador do evento, Fernando Quaresma.

Presidente da Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo, Quaresma se surpreendeu com o resultado do Datafolha.

"Ah, isso não aconteceu mesmo, 270 mil pessoas tem o Anhangabaú na feira que fizemos. Na extensão da Paulista e da Consolação não tinha só isso de gente. Esse é um número lá de trás, das primeiras paradas, 2002, 2003. Agora é impossível", disse.

Sobre o anúncio, ao final da parada, de um público de 4 milhões de pessoas, Quaresma reagiu.

"Na verdade, a gente não tem como mensurar. É muito difícil, porque é um evento que anda, a rua está sempre cheia e às vezes as pessoas vão seguindo os primeiros trios e não voltam pra trás. Na minha opinião, se não superou os 4 milhões, ficou em 4 milhões."

Segundo ele, o evento deste ano foi um dos melhores já realizados. "Foi excelente. Poderia ser feito muito mais coisa, mas falta à iniciativa privada acabar com o preconceito", afirmou.

FALTA DE APOIO

Antes do evento, na sexta-feira, Quaresma já havia criticado a falta de apoio.

"O que a hotelaria, o ramo de alimentação e as casas noturnas fazem para ajudar a comunidade LGBT? Trazemos uma divisa grande para a cidade de São Paulo e, em troca, o que nós temos? Nada. A prefeitura faz um aporte não financeiro, mas de logística. O Estado também."

"Foi um crescimento muito bom de um movimento social. Nós conseguimos várias vitórias", afirmou.

Entre as vitórias obtidas pelo movimento, disse, estão a visibilidade do movimento no país, a pensão por morte, o reconhecimento da união estável entre pessoas do mesmo sexo e o reconhecimento de parceiros como dependentes nos planos de saúde.

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