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Executivo da Yoki me deu carro, diz amante

Garota de programa teria sido o estopim de discussão que resultou no assassinato do empresário Marcos Matsunaga

Prostituta diz durante depoimento sigiloso à polícia que ela e a vítima se relacionavam desde o início do ano

JOSMAR JOZINO
DO “AGORA”
ROGÉRIO PAGNAN
DE SÃO PAULO

Uma garota de programa conhecida como Natália afirmou à polícia de São Paulo ter mantido, desde o começo do ano, um relacionamento amoroso com Marcos Matsunaga, 42, executivo da Yoki.

Afirmou, ainda, ter recebido um carro de presente do empresário, mesmo sem saber dirigir, e que esteve com ele nos três últimos dias antes de sua morte, em maio.

O caso com Natália, que não teve o nome verdadeiro divulgado, teria sido o estopim da briga entre Matsunaga e sua mulher, a bacharel de direito e ex-garota de programa Elize Matsunaga, 30.

Elize está presa desde a semana passada. Ela confessou ter matado o marido com um tiro na cabeça e, depois, esquartejado a vítima. Os pedaços do corpo foram jogados em Cotia (Grande São Paulo).

"O início da discussão foi essa traição. O início, mas não foi só por isso que teve todo o desfecho", afirmou o advogado de defesa de Elize, Luciano Santoro.

Segundo ele, o principal motivo foram as ameaças feitas pelo marido de que ela perderia a guarda da filha em uma eventual separação.

O depoimento da garota de programa vinha sendo mantido em sigilo. Na tarde de ontem, nem Santoro nem Luiz Flávio Borges D'Urso, advogado da família Matsunaga, sabiam que a mulher tinha sido ouvida pela polícia.

RASTREAMENTO

A polícia chegou a Natália por meio do detetive contratado por Elize para investigar a infidelidade do marido.

A assassina confessa conheceu Matsunaga em um site de relacionamento quando era garota de programa.

Foi no mesmo site que Matsunaga conheceu Natália, uma morena de Minas Gerais, que, segundo policiais, seria mais jovem que Elize.

D'Urso disse que seria importante ouvir Natália, para saber se Matsunaga tinha contado algo. Importante também seria, segundo ele, ouvir o policial rodoviário que falou com Elize quando ela (ainda com os pedaços do marido dentro de malas) foi abordada em posto policial.

"É fundamental ouvi-lo para saber se ela estava realmente sozinha", disse. O advogado defende ainda que a polícia deveria ouvir mais uma vez o reverendo amigo da família que disse ter alertado Matsunaga dos perigos que corria com a mulher. "É preciso apurar melhor essa história. Se for isso, não seria algo sem premeditação."

Para concluir a investigação, a polícia aguarda agora apenas os laudos periciais. Não deve ouvir mais ninguém, nem mesmo o policial.

Até agora, a polícia não encontrou a faca utilizada pela mulher para o esquartejamento do marido. Elize afirma que jogou a arma fora.

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