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Associação apoia fim do 'chutômetro' na Parada Gay

Entidade nacional defende, porém, que evento é o "maior do mundo"

Professor da USP questiona o método; ONG diz que pesquisa Datafolha deveria ser usada em outros atos

DE SÃO PAULO

O método do Datafolha, que estimou pela primeira vez o público da Parada Gay de São Paulo, é importante para dimensionar o público, por causa da segurança, e deveria ser adotado nos outros grandes eventos de São Paulo e nas maiores paradas do país e do mundo.

Esta é a opinião de Toni Reis, presidente da ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), que agrega 257 ONGs no país.

"É importante dimensionar, por critérios técnicos, e não no chutômetro." Ele achou o número de 270 mil participantes "esplêndido". "Qual outro movimento coloca tanta gente assim?"

Ele diz que será preciso rever se a parada de São Paulo é mesmo a maior do mundo. "Eu acho que, no olhômetro, é a maior do mundo, sim."

Ele afirma também que "algumas paradas inflam o número", mas que não pode haver competição.

"Queremos que as pessoas se sensibilizem que todos têm direito a manifestação."

Carlos Alberto de Bragança Pereira, do IME (Instituto de Matemática e Estatística) da USP questiona o método do Datafolha -que entrevistou participantes para saber quantos entraram e saíram- por se tratar de amostragem. "É um esforço que pode não trazer o resultado certo", diz.

Ele defende que o cálculo deve ser feito com a análise de foto aérea no horário de pico de concentração. Nessa técnica, calcula-se o número de pessoas subdivididas em quadrantes. Depois, multiplica-se pela área total.

A Folha tentou contato ontem, sem sucesso, com Fernando Quaresma, presidente da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo. Anteontem, ele disse que é "impossível" que houvesse só 270 mil pessoas e que acreditava ter havido 4 milhões, mas afirmou não ter como mensurar.

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