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O buraco é sempre mais embaixo

Os anos passam, mas uma coisa permanece igual no cruzamento da rua Amaral Gurgel com a Marquês de Itu: uma cratera

VANESSA CORREA
MOACYR LOPES JUNIOR
DE SÃO PAULO

É só mencionar "o buraco" que os comerciantes próximos do cruzamento entre as ruas Amaral Gurgel e Marquês de Itu, embaixo do Minhocão, no centro de São Paulo, disparam a falar sobre o assunto.

"Esse buraco tá véio [sic] aí! Eles arrumam, mas quando sobe a cheia vem tudo de novo!", "é o buraco negro da rua Amaral Gurgel".

Há 12 anos, a Folha já relatava um buraco de "2 metros de largura por 5 de profundidade", que escondia mais embaixo uma cratera de pelo menos dez metros de largura, segundo técnicos da prefeitura.

Um registro fotográfico feito em 2004 mostra obras que eram realizadas no lugar para dar fim ao buraco. A situação foi retratada novamente pela Folha em 2008 e 2010. Em todas as ocasiões o problema era o mesmo.

Esta semana, o asfalto em volta da tampa do bueiro começou a ceder novamente causando um desnível na rua que já preocupava os comerciantes e moradores.

"Estoura pneu direto. Já vi batida também. Esse buraco é mais velho que nós", brinca o dono de bar Francisco Azevedo, 57, que tem comércio ali há 20 anos.

"É motoqueiro caindo... Já teve até batida de carro por conta dessa tampa", relata a atendente Marli Drey, 60.

DÉCADAS

Um morador mais antigo, Paulo Xavier, 60, ex-chefe de cozinha, lembra de ver alagamentos ali há várias décadas.

"Esse lugar tem um rio embaixo. Desde que construíram essa rua aqui [Amaral Gurgel], ela alaga. Agora a água volta toda", diz.

Xavier se refere ao antigo córrego Anhanguera, que foi canalizado embaixo da rua Amaral Gurgel.

CHUVAS

Após ser procurada pela reportagem, a Sabesp fez, anteontem, o reparo do asfalto em torno do bueiro que dá acesso à rede de esgoto.

Segundo a companhia, o afundamento do asfalto ocorre devido a ligações irregulares de imóveis da região, que enviam a água da chuva para a rede de esgoto local, "sobrecarregando a rede e ocasionando o dano estrutural".

As redes coletoras de esgoto não são dimensionadas para receber águas pluviais, de acordo com a Sabesp.

"A empresa vem orientando os moradores da região nesse sentido, solicitando que regularizem o lançamento das águas, que devem ser enviadas para as galerias de águas pluviais", informou.

A companhia pediu desculpas pelos transtornos.

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