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Escrituras e cofre de Aref são apreendidos

Promotores e policiais fazem buscas na casa e no escritório de ex-diretor da prefeitura e recolhem documentos

Alvo da ação, Hussain Aref Saab é suspeito de cobrar propina para liberar prédios, como o "TV Folha" revelou

EVANDRO SPINELLI
ROGÉRIO PAGNAN
DE SÃO PAULO

O Ministério Público e a Polícia Civil realizaram ontem uma operação de busca e apreensão na casa e na empresa de Hussain Aref Saab, ex-diretor do setor de aprovação de empreendimentos imobiliários de São Paulo.

Foram encontradas, segundo a Folha apurou, certidões de imóveis que a Promotoria desconhecia.

São várias propriedades, principalmente no interior do Estado. Os promotores investigarão se elas ainda pertencem a Aref e, com isso, se o patrimônio dele supera os 118 imóveis já conhecidos.

Conforme o "TV Folha" revelou em 13 de maio, 106 desses imóveis foram adquiridos nos sete anos em que Aref dirigiu o Aprov, departamento de aprovação de prédios de médio e grande porte.

No escritório da SB4, empresa criada pelo ex-diretor para, segundo ele, gerenciar os imóveis, promotores e policiais fizeram cópia do disco rígido do computador.

Na casa de Aref foi aprendido um cofre lacrado. A abertura deve ser feita diante de Aref e de seus advogados nos próximos dias.

A ordem de busca e apreensão foi concedida à Promotoria pelo juiz Davi Capelatto, do Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais).

PROPINAS

A operação ocorreu no dia em que a Folha publicou reportagem com a ex-executiva Daniela Gonzalez.

Ela diz que a Brookfield pagou propina para Aref liberar shoppings irregulares. Na lista estão o Paulista e o Higienópolis. A Brookfield nega.

Segundo Daniela, havia também pagamento de propina para o vereador Aurélio Miguel (PR). Ontem, o vereador reafirmou na Câmara que a acusação não procede.

Até agora, segundo os promotores, cinco testemunhas dizem que sabiam da cobrança de propina por Aref. Quatro delas falam do vereador.

Segundo os promotores Silvio Marques, Yuri Castiglione e Beatriz Lopes de Oliveira, a investigação agora partirá para "patamares superiores" - cargos acima do de Aref.

Eles deram a informação quando foram questionados se Aref poderia fazer tudo sozinho no suposto esquema. Os promotores afirmaram não poder dar mais detalhes.

A Promotoria abriu um inquérito criminal para saber se houve vazamento no Dipo sobre a operação de ontem. Segundo eles, advogados de Aref tinham informações sigilosas que só funcionários da Justiça deveriam ter.

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