Top sul-africana afirma que a magreza tem que ser natural

A sul-africana Candice Swanepoel, 23, apaixonada pelo Brasil e pelo modelo brasileiro Hermann Nicoli, seu namorado, é só sorrisos.

Ela é uma das "angels" mais famosas da Victoria's Secret e uma das tops mais bem pagas do mundo, segundo o ranking da revista "Forbes". Veio a São Paulo para desfilar pela Colcci, ontem à noite, na SPFW.

"Adoro esta paz que existe aqui. Amo aquela banda de reggae... Natiruts, né? Ah, e dançar forró é comigo mesma", gargalha.

O bom humor durante as fotos em nada lembra o caos em que se transformou a vida da modelo desde o ano passado, quando boatos de que Swanepoel estaria anoréxica rodaram o mundo.

"Imagina! Tenho de ser saudável para fazer meu trabalho. A Victoria's Secret não vende esse padrão de beleza. Ontem, comi temaki e churrasco. Sou louca por feijoada", desconversa.

Ainda assim, a top exibe medidas exíguas: 58 cm de cintura e 87 cm de quadril em 1,77 m de altura, reunidos num manequim 36.

Candice falou à Folha sobre suas origens na África do Sul e sobre a vida de "angel".

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Folha - A África do Sul ainda vive sob tensão racial e social, e você faz parte de uma parcela da população que teve acesso a boas escolas e oportunidades. O que se lembra da sua infância e de como enxergava essas diferenças?

Candice Swanepoel - É difícil falar sobre isso, principalmente porque as pessoas têm uma ideia deturpada sobre a África do Sul. Ela é, de fato, muito parecida com o Brasil, se considerarmos aspectos como miscigenação e valores culturais. Na infância, não percebia a desigualdade social que havia. Mais velha, voltei à minha cidade e vi que as coisas melhoraram.

Há menos separação de raça nas escolas, por exemplo, mas ainda existe. É uma coisa muito antiga e é difícil mudar de uma hora para outra.

Você tem uma visão bem otimista do Brasil...

Pelo que conheço do país, especialmente pela família e amigos do meu namorado, são todos muito amáveis.

O padrão de beleza da Victoria's Secret é considerado mais "saudável" do que o das passarelas. O que você acha disso?

Acho triste essa história de meninas passando fome. Ser magra tem que ser algo natural, não obsessivo. Quando nos tornamos "angels", passamos por testes físicos e nos colocam para malhar.