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Preterido por Kassab, vereador criou CPI

DE SÃO PAULO

A CPI do IPTU, que atuou em 2009, marcou a mudança do vereador Aurélio Miguel (PR) para a oposição ao prefeito Gilberto Kassab (PSD).

Eleito pela primeira vez em 2004, com 38,4 mil votos, apoiou Kassab durante a primeira gestão (2005 a 2008).

Foi nessa época que adquiriu influência na CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), também por ser membro da Comissão de Trânsito e Transportes do Legislativo.

No início de 2009, mudou de lado após o prefeito não nomeá-lo secretário de Esportes, como queria o PR, que apoiara Kassab na eleição.

Já em março daquele ano, conseguiu aprovar a criação da CPI do IPTU e assumiu sua presidência. A comissão, que deveria durar 120 dias, atuou por quase oito meses e ouviu representantes de vários shoppings, como Villa-Lobos, Aricanduva e Bourbon.

Durante a CPI, Aurélio pediu diversas vezes investigações nas secretarias de Finanças e Habitação e se tornou o maior opositor na Câmara.

As críticas aumentaram após Kassab cancelar a cessão de dois funcionários da prefeitura a seu gabinete. Engenheiros, Jorge Tupynambá e Jorge Monastério vistoriavam empreendimentos e subsidiavam o vereador com laudos sobre irregularidades.

Os dois foram lotados na Secretaria de Participação e Parcerias. Monastério teve a aposentadoria deferida na última quarta-feira.

REVÉS

Miguel teve apoio do PR até este ano, quando ficou isolado após criticar o apoio do partido à candidatura de José Serra (PSDB) à prefeitura.

Agora, teve seu nome incluído na investigação sobre ilegalidades na liberação de shoppings. Ele foi citado em mensagens de texto trocadas entre diretores do grupo BGE, responsável pelos shoppings Paulista e Pátio Higienópolis.

Uma das acusações feitas por Daniela Gonzalez, ex-diretora do mesmo grupo, é que ele teria recebido propina para liberar uma reforma no shopping Pátio Paulista.

Segundo ela, o vereador teria cobrado R$ 200 mil de cada shopping do grupo Brookfield para que eles não constassem do relatório final da CPI do IPTU.

Nenhuma irregularidade dos shoppings da Brookfield é citada no relatório.

"Isso não faz parte de meus métodos de trabalho. Além disso, compunham a CPI outros oito vereadores e o relatório final não foi de minha autoria. Tal relatório foi votado e aprovado pelos integrantes da CPI", disse, em nota.

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