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Ilustrada - em cima da hora

Herchcovitch leva Cauã Reymond à SPFW

Ator fez aparição-surpresa em desfile da coleção masculina do estilista, inspirada no ataque de Pearl Harbor, em 1941

Cenário era formado por exemplares da antiga "Folha da Manhã" estampando a notícia da ação japonesa

VIVIAN WHITEMAN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Cauã Reymond. Assim, na passarela, e sem avisar. E eis que a plateia do desfile masculino de Alexandre Herchcovitch na São Paulo Fashion Week, no fim da tarde de ontem, veio abaixo. Só não se gritou mais porque algumas pessoas pareceram demorar a perceber do que se tratava.

O Jorginho da novela "Avenida Brasil" é, no momento, o equivalente a, digamos, uma Gisele Bündchen. Um ídolo nacional. E um top modelo de beleza, um "boy magia" de primeira grandeza, como se diz em dialeto fashion.

O tema da coleção era o ataque à base norte-americana de Pearl Harbor, em 1941, pela marinha japonesa, episódio considerado como marco da entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

O cenário era formado por pilhas de jornais estampando a notícia do ataque. O material foi cedido pela Folha, que, na época, ainda se chamava "Folha da Manhã".

Herchcovitch foi direto ao assunto, bem à sua maneira. Suas coleções masculinas levam em conta a pouca paciência dos homens para firulas conceituais no vestir e não hesitam em atacar de frente.

O ataque japonês começa com roupas estampadas com ilustrações no estilo "tatuagem de marinheiro" vintage.

ROSAS RADIOATIVOS

A inspiração militar, evidentemente, passa por todas as peças, com jaquetas, casacos e calças renovados sobretudo graças às estampas (as caveiras surfistas são especialmente cool), às cores (rosas radioativos, vinho e azul royal) e aos detalhes.

As referências não são só dos uniformes americanos: o japonismo também aparece nas formas e amarrações.

O repertório do estilista conversa diretamente com homens adolescentes e jovens de grandes centros urbanos como São Paulo, Tóquio e Nova York.

O repertório de peças clássicas é quebrado de tempos em tempos por algum look especial. Aí entram uma jaqueta com efeito plastificado, uma camiseta colante, ou, digamos, um macacão camuflado com detalhes em couro vestido pelo maior galã global do momento.

Voltando a Cauã, foi interessante o modo como Herchcovitch decidiu colocá-lo na passarela. Ao contrário das demais grifes, que divulgam dias antes a presença de seus convidados especiais, tudo foi mantido em completo sigilo.

COLEÇÃO COMPETENTE

Depois do desfile, um batalhão de jornalistas, fotógrafos e equipes de TV lotou o backstage. E muitos sequer conseguiram entrar.

Não se trata de "esconder" uma coleção ruim, como muitas vezes aconteceu no evento, mas de divulgar com sucesso uma coleção muito competente.

No desfile de Alexandre Herchcovitch, Cauã Reymond foi bem mais do que um ataque-surpresa: sua aparição teve o efeito de uma bomba atômica de marketing.

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