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Rio+20

EUA afirmam que não faz mais sentido diferenciar ricos e pobres

Brasil inicia pequenas reuniões para tentar contornar impasses sobre o documento final

Negociador americano tenta derrubar o princípio das responsabilidades acertado na Eco-92

DOS ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO

Uma manobra americana de última hora embolou ainda mais as negociações do texto da Rio+20, que deveriam ter terminado ontem. O país exige tirar do documento a menção ao princípio segundo o qual a maior responsabilidade pela degradação ambiental é dos países ricos.

O princípio das responsabilidades comuns, mas diferenciadas, é um dos 27 contidos na Declaração do Rio, que completou 20 anos ontem e é um dos documentos aprovados na Eco-92.

O G-77, bloco dos países em desenvolvimento, insiste em que ele seja reafirmado na conferência de 2012.

Mas segundo Todd Stern, negociador-chefe dos EUA, uma diferenciação rígida entre países desenvolvidos e emergentes não faz mais sentido no mundo de hoje.

Em uma teleconferência ontem, Stern afirmou que, no atual contexto "dinâmico" da economia global, é preciso dar uma interpretação mais flexível ao princípio.

Alex Rafalowicz, assessor legal da rede de ONGs Third World Network, disse, porém, que a reafirmação dos princípios do Rio é uma "linha vermelha" para o G-77, que o grupo de 130 países não quer ver cruzada.

Esse é um dos nós que o Brasil terá de desatar a partir de hoje, quando assume a coordenação da Rio+20.

A contrabarganha dos pobres é o financiamento ao desenvolvimento sustentável. Tentarão cobrar dos ricos que banquem a transição para a economia verde. Já propuseram um fundo de US$ 30 bilhões por ano.

Mas a crise econômica torna a proposta inviável, segundo negociadores europeus.

O comissário do Ambiente da UE, o esloveno Janez Potocnik, disse que o bloco não tem condições de contribuir com recursos mais do que os 0,7% do PIB prometidos em 1992 -até hoje ainda não cumpridos. "Estamos em 0,42%, queremos colocar mais dinheiro na mesa, mesmo que estejamos lutando pela sobrevivência do euro", afirmou.

(CLAUDIA ANTUNES, CLAUDIO ANGELO E ISABEL FLECK)

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