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Bichos

SÍLVIA CORRÊA correa-silvia@uol.com.br

Cobertor de orelha

Pesquisa indica que três em cada dez donos de cães ou gatos dormem na cama com os bichos

Eu sei: não parece nada higiênico deixar que cães e gatos durmam no quarto e subam na cama. Mas, como qualquer jornalista que se dê ao respeito tem o compromisso de escrever a verdade, confesso: lá em casa eles sobem, dormem e roem ossinho sobre os lençóis.

Esse nunca foi um hábito do qual me orgulhe ou que tenha sonhado um dia publicar no jornal. Acho, inclusive, que ele não causa uma boa impressão -e algumas pessoas devem ficar imaginando que a casa é uma sujeira danada. Mas garanto que não é bem assim e asseguro que não sou a única adepta dessa estranha prática.

Uma pesquisa recente do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Saúde Animal ouviu 2.100 chefes de família e indica que quase a metade desses lares tem ao menos um cão ou um gato. Entre os proprietários, três de cada dez admitem que dormem com o animal -isso sem falar nos que disseram aos entrevistadores que os bichos têm "quarto próprio", seja lá o que isso for.

Lá em casa, dormem diariamente comigo duas das minhas adoráveis criaturas: Dodivânia (uma idosa vira-lata de beagle) e Santa Maria (uma teckel que se juntou à matilha mais recentemente).

Dodi conquistou o privilégio quando adoeceu, num longo e doloroso capítulo de nossas vidas. Achei que eram seus últimos dias e queria ficar mais perto dela. Dodi felizmente ficou boa. Mas eu não tive coragem de mudar nossa rotina.

Santa Maria foi a última a chegar ao grupo. Pequena e de meia-idade, tive medo de que fosse esmagada pelo grandalhão Lula (um pastor alemão) em suas viradas noturnas no canil. Como ela e Dodi se adoram, decidi abrir as portas à Santa Maria.

As duas dormem sem intervalos, a noite toda. Têm uma respiração profunda que me acalma, embala o meu sono e me faz crer que está tudo bem, tudo certo, tudo tranquilo. É quase terapia.

Mas manter esse delicioso hábito -que é meu e de tanta gente- exige regras para garantir a saúde de todos nós. E a primeira é que ninguém vai do canil para dentro de casa sem ter as patas limpas com um sabãozinho. Claro que isso não remove todos os microrganismos, mas ajuda... e livra os lençóis das indesejáveis pegadas.

Outra coisa bem importante é manter os cães sem vermes. Muitos desses parasitos fazem a postura de ovos na região anal do bicho, e esses ovos caem no ambiente -nesse caso, a sua cama!

Há quem recomende que os animais sejam vermifugados periodicamente. Eu não faço assim. Remédio, para mim, é coisa que só se usa em quem está doente. Portanto, antes de tomar vermífugo, o animal deve ser submetido a um exame de fezes. Se der negativo, não vejo motivo para medicá-lo. Mas o monitoramento, esse sim, deve ser sistemático.

Escovar os dentes, manter as vacinas em dia e garantir banhos semanais ou quinzenais também são medidas fundamentais.

Exige desembolso e dá trabalho, eu sei. Mas quem tem animal em casa e já teve o prazer de tirar um cochilo no peito de um deles sabe que há coisas na vida que não têm preço.

AMANHÃ EM COTIDIANO
Jairo Marques

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