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No Amazonas, campus tem lixão e biblioteca onde faz 40°C

KÁTIA BRASIL
DE MANAUS

No campus da Ufam (Universidade Federal do Amazonas), instalada em 1965, a precariedade é tanta que os alunos do ICHL (Instituto de Ciências Humanas e Letras) precisam ler os livros da biblioteca em cabines num corredor escuro -e sob 40ºC.

Além disso, dessas 36 cabines, 14 estão sem cadeiras.

Entre os blocos, cercados por florestas, há esgoto a céu aberto e até lixões -um deles a menos de 100 m de onde a universidade produz medicamentos. A Ufam paga R$ 5,1 milhões a uma empresa de conservação e limpeza (o total de despesas, no ano passado, foi de R$ 390 milhões).

Estudantes e professores reclamam da falta de luz, água, ar-condicionado, seguranças e salas de aulas. Há banheiros e laboratórios danificados. Segundo a pró-reitoria de planejamento, com a implantação do Reuni (programa de expansão), o corpo discente pulou de 19 mil para 29 mil alunos no Amazonas.

Vira-latas e gatos circulam pelos corredores. "Na hora do almoço, os cachorros invadem o restaurante universitário", diz o professor do departamento de sociologia Luiz Fernando de Souza Santos.

A cozinha do restaurante do ICHL foi improvisada dentro de um banheiro. Uma empresa foi contratada para fornecer três refeições diárias, ao custo de R$ 1,20 por aluno, mas eles dizem que o jantar, para o noturno, não é feito. "É o turno da fome", diz a aluna Jeane Alves.

Desde o dia 11, estudantes estão acampados no campus, como forma de protesto.

OUTRO LADO

A reitora da Ufam, Márcia Perales Silva, disse, via assessoria, que não responderia questões relativas às reivindicações dos alunos.

A pró-reitora de ensino de graduação, Rosana Parente, falou que o calendário acadêmico foi suspenso e que os alunos acampados estão recebendo segurança da Ufam.

Segundo o prefeito do campus, Marco Antônio Mendonça, uma biblioteca central será construída. Uma empresa foi contratada para recolher os lixões e 14 banheiros serão reformados. A reitoria não comentou a falta de energia, água e professores nem as reivindicações salariais.

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