Índice geral Cotidiano
Cotidiano
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Reitor diz que vai punir alunos por protesto na Unifesp

Comissão disciplinar é criada para ouvir estudantes que participaram de ato que resultou na prisão de 22 pessoas

Responsável pela unidade da federal de SP diz que docentes têm medo e que vestibular pode estar ameaçado

FÁBIO TAKAHASHI
DE SÃO PAULO

A Unifesp punirá estudantes que participaram da invasão do campus Guarulhos, prometeu ontem o reitor, Walter Albertoni, 71, que criou comissão disciplinar.

Na quinta-feira à noite, um grupo de alunos fez manifestação cobrando melhorias na unidade, inaugurada em 2007 e que até hoje usa instalações provisórias.

A reitoria e as polícias Militar e Federal dizem que eles "acuaram" servidores e quebraram vidros e equipamentos. Os estudantes afirmam que o ato foi pacífico. Vinte e dois alunos foram presos e liberados na sexta-feira, mas agora respondem a processo.

O reitor comenta a greve dos alunos, iniciada em março -os docentes participam da que cobra reajuste salarial e melhorias na carreira.

-

Folha - Como o sr. avalia os protestos na unidade?
Walter Albertoni - Como movimento estudantil e docente, é legítimo. Este campus está carente em relação a infraestrutura. O que a gente condena é a violência.

Mas as reivindicações vêm desde ao menos 2008.
A urgência de um prédio que deveria estar pronto em 2011 não dá mais para cumprir. Então estamos buscando outras formas, prédios alugados. Se tudo correr bem, o prédio de 20 mil metros quadrados vai ficar pronto em 18 meses.

O sr. disse que havia diálogo. Então, por que a invasão?
Fui surpreendido ou fui inocente. Terminada a última ocupação, em que todos saíram sem se machucar, achei que tudo estava terminado.

Há críticas de membros da própria Unifesp contra a ação da polícia na universidade.
Houve três ocupações. Quando foi pacífica, mesmo quebrando coisas, teve negociação até o final. O último episódio extrapolou. Gritavam "ocupação", quebravam vidros. Só restava chamar a polícia.

Como será o retorno às aulas?
Os professores estão com medo e me cobram. 'O que o sr. fará com esse pessoal que me ameaçou?' Montei uma comissão disciplinar, com 60 dias de prazo. Uns 35 docentes [de 191] disseram que não voltam enquanto esse pessoal seguir aqui. Temem pela integridade física. Acredito que eles [alunos] procurarão se comportar bem, para aliviar na comissão. Mas posso dizer que sem punição não vai ficar.

Como o sr. avalia os prejuízos da greve?
Mais um pouco, não dá para fazer vestibular para 2013. O pessoal que entrou neste ano quase não teve aula. Como vou ter mais 700 vagas, que vai embolar com este primeiro ano? Mas ainda não definimos qual o prazo final [em que poderá abrir vestibular].

FOLHA.com
Leia a íntegra em
folha.com/no1106719

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.