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Manifestações de ativistas param o Rio

Centro trava e sede do BNDES é sitiada por protestos de índios, ambientalistas e mulheres

Adriano Ishiba/Frame
Marcha das Mulheres reuniu cerca de 5 mil em caminhada do aterro do Flamengo ao centro
Marcha das Mulheres reuniu cerca de 5 mil em caminhada do aterro do Flamengo ao centro

FABIO BRISOLLA
DIANA BRITO
DO RIO
LAURA CAPRIGLIONE
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

Ambientalistas em defesa das florestas; mulheres com os seios de fora criticando a exploração do corpo feminino; sem-terra na luta contra o capitalismo; índios armados com arcos e flechas reivindicando demarcação de terras. E todos juntos contra o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), eleito como a força do mal a ser combatida.

Durante todo o dia, a sede do BNDES foi sitiada por manifestações. Os protestos causaram engarrafamentos, com interdições das principais vias do centro, além das pistas do aterro do Flamengo.

Apelidado de "Banco Nacional do Desmatamento e da Exclusão Social" pelo grupo dos ambientalistas, o BNDES é criticado por conceder empréstimos a empresas em projetos que causariam impactos sociais e ambientais. Entre eles a Usina Hidrelétrica de Belo Monte (PA) -o banco financiará 80% da obra.

ÍNDIOS PRIMEIRO

O cerco à sede do banco foi feito inicialmente pelos índios. Cerca de mil, de várias etnias, saíram do Aterro do Flamengo, onde fica a Cúpula dos Povos. Quase 200 estavam pintados para guerra, com cocares, lanças, arcos e flechas. Tocavam tambores.

A manifestação terminaria no largo da Carioca, ponto tradicional de protestos, onde se encontrou com militantes pela reforma agrária e com a Marcha das Mulheres. Mas aí os índios decidiram continuar em direção ao BNDES.

Escalaram as grades do banco e entraram no terreno entoando gritos de guerra. Só não invadiram o prédio porque funcionários fecharam as portas. No fim, conseguiram o compromisso de que, em julho, cinco deles serão recebidos para conversar.

De volta ao aterro, entraram na frente dos carros com arcos e flechas para dar passagem à passeata.

Às 14h30, outro "cerco" ao banco reuniu centenas de ambientalistas contra o que chamam de "retrocesso socioambiental do governo". Por causa disso, a passeata levou o nome de "Marcha à Ré". Manifestantes andavam de costas com cartazes da presidente e uma motosserra e gritavam: "Ei Dilma, vou te derrubar. Quem mata a floresta não merece governar".

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