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Obra da Roosevelt custará quase o dobro

Valor de reforma da praça, no centro de São Paulo, passará dos R$ 37 milhões previstos em 2010 para R$ 66 milhões

Problemas em lajes e a inclusão de novos itens elevaram custo, diz prefeitura; área será entregue em setembro

Moacyr Lopes Junior/Folhapress
Perto da conclusão da obra, praça tem área gramada; ainda faltam flores, iluminação e piso
Perto da conclusão da obra, praça tem área gramada; ainda faltam flores, iluminação e piso

VANESSA CORREA
DE SÃO PAULO

Ainda faltam flores, iluminação e piso. Esperada há mais de dez anos por comerciantes e moradores do entorno, a reforma da praça Ro-osevelt, no centro de São Paulo, finalmente será concluída, em setembro, mas por quase o dobro do preço em que foi contratada há dois anos.

O custo de R$ 37 milhões previsto há dois anos alcançará R$ 66 milhões quando a garagem subterrânea, que não será entregue agora, estiver pronta.

Segundo Pedro Evangelista, diretor da SP Obras (empresa estatal que executa as obras da prefeitura), problemas estruturais nas lajes que cobrem o estacionamento do subsolo da praça e bases da PM e GCM maiores do que o previsto foram o principal motivo do aumento no custo.

Além disso, a prefeitura fará uma nova licitação, de cerca de R$ 11 milhões, para instalação de equipamentos que vão permitir a operação da garagem, serviço que não estava previsto na reforma, afirma Evangelista.

Quando as obras da praça foram anunciadas em 2006, ainda sem projeto detalhado, o custo previsto era de R$ 13 milhões. Na época, técnicos da prefeitura já apontavam problemas de deterioração das lajes da garagem.

Em setembro, a praça será entregue com paisagismo, dois quiosques para floricultura, banheiros públicos e uma base da GCM.

O batalhão da PM só fica pronto em dezembro, segundo estimativa da SP Obras. A garagem, de 450 vagas, ainda não tem data para ser concluída, diz Evangelista.

A partir dos anos 1980, a praça passou por um processo de degradação, virando ponto de prostituição e tráfico de drogas. Mas, desde 2001, com a chegada do grupo teatral Os Satyros, seu entorno se renovou e atraiu mais grupos de teatro, bares e lojas.

Dono de um dos mais antigos bares da praça, o Papo, Pinga e Petisco, Esdras Vassalo, conhecido como Doca, diz que ouve falar da reforma da praça há 15 anos, quando abriu a casa ali.

Ele comemora a inauguração da Roosevelt, acha que o lugar vai ficar melhor, principalmente para os idosos, mas se preocupa com uma possível chegada de usuários de drogas quando os tapumes forem retirados.

Teme ainda que, com a repressão ao consumo de drogas na cracolândia desde o início do ano, a praça passe a atrair viciados em crack.

VALORIZAÇÃO

A perspectiva de revitalização da região com a inauguração da praça inflacionou os preços dos apartamentos no entorno. Proprietários já pedem cerca de R$ 10 mil pelo m², mas, segundo o corretor de imóveis Thiago Freitas, não conseguem vender.

Para ele, os prédios do entorno da praça valorizaram, mas não tanto. Ele estima que o valor real seja de R$ 8.000 por m², contra R$ 7.000 nos demais imóveis da região.

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