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Análise Líderes têm na mão um texto sem narrativa e sem alma RICARDO ABRAMOVAYESPECIAL PARA A FOLHA A superficialidade é a contrapartida da excessiva abrangência. Assim, parece inevitável que diante de tão grande quantidade de temas (água, mulheres, financiamento, governança, economia verde) o documento que os chefes de Estado reunidos para a Rio+20 têm sob os olhos só possa indicar, em cada assunto ao qual se volta, linhas genéricas. Mas o problema do texto não é o excesso de temas. É a falta de narrativa. Na sua ausência, o resultado só pode ser esse: um conjunto sem alma, que reitera o compromisso com o passado, mas se mostra incapaz de colocar-se no caminho do futuro. Um melancólico reflexo da ausência de liderança global. No cerne do que deveria e poderia ser esta narrativa estão os dois mais importantes desafios das sociedades contemporâneas. O primeiro é o combate à miséria absoluta. O segundo desafio é que não é mais possível avançar na luta contra a pobreza se não houver redução das desigualdades. A ONU, as grandes consultorias globais e ONGs produziram documentos recheados de diagnósticos e propostas para a Rio+20. O texto que os governantes têm em mãos não faz jus à riqueza deste extraordinário processo de mobilização. Mas ainda há um dia para que o jogo mude. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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