Índice geral Cotidiano
Cotidiano
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Três PMs são mortos em uma semana na zona leste

Suspeita é de retaliação de facção criminosa a uma operação da Rota

Secretário da Segurança Pública nega que seja retaliação; policiais foram mortos quando estavam de folga

DE SÃO PAULO

Três policiais militares foram mortos a tiros na zona leste de São Paulo em apenas sete dias. Em todos os casos, as vítimas estavam fora do trabalho, não faziam "bico" como segurança e foram atacadas na frente de testemunhas.

De maneira sigilosa, a Corregedoria da Polícia Militar e o DHPP (departamento de homicídios), da Polícia Civil, investigam uma possível ligação entre os três casos.

Existe a suspeita de que as mortes dos três PMs tenham sido retaliação da facção criminosa PCC contra a operação da Rota (tropa de elite da PM) que matou seis homens no fim de maio, também na zona leste de São Paulo.

Dois dos três policiais mortos eram da Cavalaria da PM, que, assim, como a Rota, é um grupo que forma a tropa de choque da corporação. Na sede da Cavalaria hoje ficam presos advogados ligados ao PCC.

Questionados, o secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, e o comandante-geral da PM, coronel Roberval Ferreira França, negaram ligação entre as mortes dos PMs e a operação da Rota.

"Nada a ver com a ação da Rota, não tem nenhuma ligação com a ação da Rota, nem há sentido de se pensar ou fazer especulação nesse sentido. São policiais em folga", afirmou Ferreira Pinto.

Em seguida, o secretário usou como exemplo a morte, anteontem, do PM Cleiton César Alves Batista, em Pirituba, na zona oeste. Com essa vítima, são quatro os PMs mortos na capital em uma semana.

"O policial [Batista] estava de folga, foi em perseguição aos assaltantes de um estabelecimento em Pirituba e foi surpreendido [...]. Na hora de folga, em trajes civis, não há nenhuma conotação de represália à Polícia Militar", disse.

A terceira morte na zona leste ocorreu por volta das 20h30 de anteontem. O PM Vaner Dias, 44, dava aula de artes marciais em uma academia quando foi morto a tiros por três homens.

Duas horas depois, a cerca de dois quilômetros, homens passaram atirando na direção de um posto móvel da PM onde estavam dois soldados. Os tiros não acertaram nem os PMs nem o posto móvel.

FACÇÃO X ROTA

As mortes dos PMs na zona leste são investigadas como possível retaliação contra a Rota porque um dos seis mortos na operação em maio chegou a ser preso no local do suposto tiroteio entre membros do PCC e policiais, mas foi levado para a rodovia Ayrton Senna, torturado e, depois, morto.

O sargento Carlos Aurélio Nogueira, 42, o soldado Marcos Aparecido da Silva, 37, e o cabo Levi Cosme da Silva Júnior, 34, foram presos pela morte de Anderson Minhano, 31. Ele teria sido levado para a rodovia porque já era investigado pela morte do PM Elias Barbosa dos Santos, 38, em Itaquaquecetuba (Grande São Paulo), um mês antes.

(ANDRÉ CARAMANTE)

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.