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Pressionado, secretário da ONU recua e elogia texto Ban Ki-moon, que havia criticado documento, muda discurso após levar 'bronca' do governo brasileiro DENISE MENCHENDO RIO FERNANDO RODRIGUES ENVIADO ESPECIAL AO RIO Pressionado pela presidente Dilma Rousseff, o secretário-geral das Nações Unidas recuou ontem das críticas que havia feito ao documento final da Rio+20. Depois de afirmar, na véspera, que o texto tinha sido pouco ambicioso, Ban Ki-moon convocou uma entrevista de última hora, ontem pela manhã, apenas para jornalistas brasileiros. Mudou seu discurso. Disse que o resultado foi "um grande sucesso". Elogiou ainda a "liderança visionária da presidente Dilma Rousseff e de sua equipe". A mudança de tom ocorreu depois de Dilma ter lido na imprensa as críticas tecidas anteontem pelo secretário-geral. Irritada, ela ordenou ao Itamaraty que expressasse seu descontentamento a Ki-moon. Coube ao chanceler Antonio Patriota repassar o recado ao secretário-geral, na manhã de ontem. A presidente argumentou que todos os países assinaram o documento, assim como a ONU. Na visão dela, quem é signatário tem de defender o texto. A presidente repetiu para assessores que as queixas em relação ao acordo final da Rio+20 desconsideram o fato de que houve risco real de nada ser aprovado. Aí sim a conferência seria um fracasso. Como os países se comprometeram a reafirmar compromissos e fizeram declarações de intenções sobre o futuro é errado afirmar que faltou ambição, na avaliação de Dilma. SÓ PARA BRASILEIROS Após a bronca, Ban Ki-moon convocou uma entrevista coletiva às pressas. Funcionários do Itamaraty circularam pelo pavilhão de imprensa do Riocentro em busca de jornalistas dos principais veículos, que foram conduzidos para a sala do secretário. Assim que chegou ao local, Ki-moon anunciou o propósito da convocação. "Eu quis encontrar a imprensa brasileira porque acho justo que os brasileiros saibam o quanto o Brasil tem contribuído para o sucesso da Rio+20", disse. O tom da rápida conversa com os repórteres, que durou oito minutos, foi de retratação. A palavra sucesso e suas variações foram repetidas seis vezes. Sobre o documento, disse que ele contém "um pacote [de decisões] muito amplo, ambicioso e prático". Pouco depois, a porta-voz do secretário-geral reforçou a mensagem em declaração na sala de imprensa principal da Rio+20, aberta a todos os jornalistas. Ela disse que Ban Ki-moon "está confiante de que o documento final da Rio+20 fornece uma base sólida para promoção do desenvolvimento sustentável" e "agradece o papel seminal desempenhado pela presidente Dilma Rousseff na realização dos acordos alcançados no documento final." Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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