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Para procuradora, qualquer avaliação para ingresso é ilegal

Autora do pedido judicial que vetou os exames, Eugênia Gonzaga diz que seleção é discriminação

Segundo ela, os colégios devem usar como critérios o sorteio, ordem de inscrição ou onde o aluno mora

DE SÃO PAULO

Autora da ação que proibiu os vestibulinhos, a procuradora da República Eugênia Gonzaga tem posição firme em um ponto: é ilegal qualquer critério que defina se a criança está apta ou não a entrar no ensino fundamental.

Segundo ela, as escolas devem usar critérios como ordem de inscrição ou sorteio, caso haja mais interessados do que vagas disponíveis.

O Ministério Público Federal entrou no caso porque considerou que a União não cumpria determinação para vetar os vestibulinhos.

Na apuração, foram citados os casos do Santa Cruz, Porto Seguro e Gracinha.

Agora, como a União já se adequou, se houver suspeitas sobre outras escolas, será o Ministério Público Estadual o encarregado da apuração.

A regra permite a seleção para alunos mais velhos. (FT)

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Folha - Como a sra. avalia os critérios das escolas?

Eugênia Gonzaga - Qualquer tipo de análise da criança fere o Estatuto da Criança e do Adolescente e a Constituição, pois ela tem direito ao ensino fundamental. Barrar a criança é discriminação.

A escola pode fazer um conhecimento da criança, por meio de vivência no colégio ou outros métodos, para saber como atendê-la melhor. Mas jamais podem ser condicionantes à matricula.

Mas se há mais interessados que vagas, o que fazer?

Parecer do Conselho Nacional de Educação já diz que devem haver critérios objetivos: ordem de inscrição, alunos de uma região, irmãos matriculados ou sorteio.

E as regras devem ser sempre muito claras e objetivas. Não pode haver possibilidade para qualquer tipo de exame nas entrelinhas.

Na verdade, não é frequente faltar vagas. As escolas querem é selecionar os alunos. Preferem ficar até com alguns a menos. Visam lucro.

Rosely Sayão fala da pressão sobre as crianças nos processos de seleção
folha.com/no1109369

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