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Shoppings na berlinda

Suspeitas de irregularidades que incluem até pagamentos de propina para não cumprir a lei envolvem oito estabelecimentos; metade pode ser fechada

DE SÃO PAULO

Construções irregulares, número de vagas de estacionamento inferior ao exigido, falta de obras para aliviar o trânsito e acusação de pagamento de propina para ocultar recolhimento menor de IPTU puseram em evidência oito shoppings da capital -metade corre risco de interdição.

Cinco foram arrastados pelo furacão desencadeado pelo caso Hussain Aref Saab, ex-diretor do Aprov, o departamento de aprovação de edificações da prefeitura, suspeito de receber suborno para liberar empreendimentos.

Todos são ou eram ligados à BGE (Brookfield Gestão de Empreendimentos): Higienópolis, Paulista, Raposo, Vila Olímpia e West Plaza. Daniela Gonzales, ex-diretora da empresa, disse à Promotoria ter pago propina a Aref e ao vereador Aurélio Miguel (PR).

Para o parlamentar o pagamento teria sido para impedir que os shoppings fossem incluídos no relatório da CPI do IPTU, que atuou em 2009.

O relatório, listou vários outros que pagavam imposto sobre área menor do que a construída. O vereador nega.

Para Aref, o suborno seria para contornar irregularidades no Paulista e no Higienópolis. Ambos foram multados e podem perder a licença. Eles negam a propina e dizem que vão regularizar as falhas.

A BGE diz não ter conhecimento de qualquer pagamento de propina.

Outros dois estabelecimentos esbarram lateralmente em Aref. Um é o Plaza Mooca, aberto em 2011 sem as obras viárias necessárias. O estacionamento é terceirizado à Profissional Park, empresa do irmão e filhos de Aref. Também pode ter a licença cassada.

O outro é o Villa-Lobos, notificado pela prefeitura a demolir uma área de 537 m², irregular desde a abertura, em 2000. A demora se deu, principalmente, porque o pedido de anistia feito pela empresa tramitou por anos no Aprov. Não há risco de interdição.

Anteontem, o JK Iguatemi, pronto desde março, abriu após obter em uma semana todas as autorizações necessárias da prefeitura e da CET, que adiou parte das exigências de obras viárias, o que contraria decisão judicial -para a Promotoria, isso pode levar à interdição do local.

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