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Sidney Luiz Tenucci (1927-2012)

Empresário boêmio e carismático

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Por volta dos 17 anos, Sidney Luiz Tenucci foi barrado na porta do Clube Comercial, frequentado pela alta sociedade paulistana. Saiu de lá jurando que um dia seria presidente do local -sua promessa se realizou décadas depois.

De família modesta, filho de um contador e de uma dona de casa, nasceu no Tatuapé, na zona leste da capital.

Começou vendendo barbatana de camisa, usada para manter o colarinho firme. Depois, ajudou na ótica do tio.

Como conta o filho Sidney Jr., o Sidão, o pai sempre perseguiu a ascensão social pelo próprio esforço. Era carismático, inteligente e ótimo para fazer cálculos de cabeça.

Com alguns amigos, foi sócio num escritório de contabilidade. Eclético nos negócios, dos muitos que faria depois, estariam a construtora Taperivá e uma financeira que acabou vendida ao Itaú.

Adorava cavalos, chegou a ter um haras com 60 animais puros-sangues e foi diretor do Jockey Club. Um de seus cavalos até participou de um Grande Prêmio Brasil, mas passou direto na última curva e ficou em último lugar.

Em 1979, quando Sidão, surfista, criou a marca OP (Ocean Pacific), que se tornou ícone da moda nos anos 80, o pai o apoiou e se tornou sócio. Só ficava apavorado quando o filho viajava para surfar.

Gostava de frequentar os cassinos do Guarujá. Era boêmio e muito engraçado. "Estou devendo um livro de fases dele", conta Sidão que está prestes a publicar um livro de poemas dedicado ao pai.

Estava com a saúde debilitada. Viúvo desde 1975, morreu na quarta (20), aos 84 anos, de falência de órgãos. Teve três filhos e seis netos.

coluna.obituario@uol.com.br

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