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Faltas marcam volta às aulas em Salvador

Estado convocou 1.200 professores para dar aulas para o 3º ano; ausências foram generalizadas

EDER LUIS SANTANA
DE SALVADOR

O primeiro dia de retorno às aulas nas escolas públicas de Salvador, após 76 dias de greve dos professores, foi considerado um "fiasco" por docentes e alunos.

Apesar de o governo da Bahia ter convocado 1.200 professores para dar aulas a 22 mil estudantes do terceiro ano, alunos foram liberados mais cedo ontem e alguns docentes nem sequer apareceram para trabalhar.

No Colégio Estadual Mário Augusto Teixeira de Freitas, no bairro de Nazaré, só 8 das 23 turmas previstas tiveram aulas. Somente 131 alunos -dos 805 esperados- compareceram. Entre os professores, 8 dos 23 marcaram presença.

"Não venho mais para a escola. Esse retorno não vai funcionar", disse Greice Santos, 17. Ela chegou ao colégio às 7h e teve apenas uma aula, de sociologia. "E com assuntos que não caem no vestibular", afirmou.

No Colégio Estadual Luis Viana, no bairro de Brotas, havia 15 alunos em duas turmas (matemática e física). "O professor de filosofia se apresentou, disse que talvez fizesse uma avaliação e que o retorno às aulas era um reforço. Como havia cinco alunos em sala, liberou a turma", disse Rafael Silva, 18.

Os docentes reclamaram de falta de organização. Sem se identificar, uma professora disse que, ao chegar ao colégio Manoel Devoto, no Rio Vermelho, soube que outro profissional estava em seu lugar. Passou a manhã ociosa.

Para o secretário de Educação, Osvaldo Barreto, a normalização das aulas deve ocorrer ao longo da semana, porque muitas famílias estavam voltando à capital após o fim de semana de São João.

"Há necessidade de pequenos ajustes, mas o primeiro dia foi extremamente bem-sucedido", disse.

Os professores grevistas exigem 22,22% de reajuste. O governo oferece 14%, escalonados até 2013.

O retorno dos alunos do terceiro ano é uma medida para reduzir os prejuízos.

Segundo o governo, cerca de mil escolas estão funcionando, ou 71% da rede estadual. O sindicato dos docentes afirma que há quase um milhão de alunos sem aulas.

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