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São Paulo tem a terceira chacina em 4 dias

Crimes ocorreram no período em que seis policiais militares foram assassinados em atentados na região metropolitana

Quatro jovens foram mortos em Poá (Grande SP); na sexta-feira, outras duas ocorrências mataram seis pessoas

Mário Angelo/Sigmapress/Folhapress
Bombeiros tentam apagar fogo no sétimo ônibus incendiado em São Paulo, desta vez no Tremembé, zona norte da cidade
Bombeiros tentam apagar fogo no sétimo ônibus incendiado em São Paulo, desta vez no Tremembé, zona norte da cidade

ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO

Quatro jovens, com idades entre 16 e 20 anos, foram as vítimas da terceira chacina registrada nos últimos quatro dias na região metropolitana de São Paulo.

Hederton José Cunha, 16, Raimonde Anunciação Batista, 20, Estevam Marine de Campos e Denis Silva Aparecido, ambos de 19 anos, foram mortos a tiros, por volta das 20h30 de anteontem, no Jardim Antonio Picosse, periferia da cidade de Poá, área leste da região metropolitana.

Os assassinatos em Poá foram a quinta chacina (morte de três ou mais pessoas em um atentado) em 2012 na Grande São Paulo. Em 2011, foram 13 no ano todo.

As três chacinas nos últimos quatro dias ocorreram no mesmo período em que PMs têm sido mortos em crimes com características de encomendados. Em apenas 11 dias deste mês (13 a 23) foram seis PMs mortos fora do horário de trabalho. Nove ônibus também foram queimados em 13 dias.

Por conta das mortes dos policiais, os cerca de 100 mil PMs de São Paulo estão em estado de alerta geral.

CRIMES ATÍPICOS

Para o delegado Marcos Carneiro Lima, chefe da Polícia Civil de São Paulo, as três chacinas dos últimos quatro dias "são crimes atípicos e têm total atenção da polícia no momento".

A polícia investiga se as mortes dos seis PMs são uma retaliação do grupo criminoso PCC (Primeiro Comando da Capital) à operação da Rota que deixou seis mortos, em maio, e à transferência de um dos chefes da quadrilha para um presídio com normas mais rígidas.

Até a conclusão desta edição, o DHPP (departamento de homicídios), da Polícia Civil, não dava detalhes sobre a chacina em Poá. A única informação era a de que "tiros foram ouvidos, a PM foi chamada, localizou as vítimas caídas e as levou para o hospital, onde morreram".

O delegado Jorge Carrasco, chefe do DHPP, setor responsável por esclarecer as chacinas, foi procurado ontem, mas disse apenas que continua investigando os casos.

No domingo passado, Carrasco assumiu que uma das chacinas investigadas, ocorrida na sexta-feira à noite no Capão Redondo e com três mortos, pode ter sido uma retaliação por conta da morte do policial militar Paulo César Lopes Carvalho, 40.

O policial foi morto um dia antes da chacina, em um mercado distante quatro quilômetros do bar onde os três homens foram atacados.

Em apenas quatro horas de anteontem, das 20h às 24h, outras seis pessoas foram mortas na Grande São Paulo. Foram quatro na zona sul; uma na zona leste e uma outra vítima também em Poá. Somadas com vítimas da chacina de anteontem, são dez mortos em quatro horas.

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