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Mais dois ônibus são incendiados em SP

Três homens invadem coletivo na zona sul, incendeiam o veículo e atiram para o alto na fuga; ninguém foi preso

Morador diz que grupo atacou ônibus em represália à morte de um rapaz de 21 anos na porta de casa

DE SÃO PAULO
DO “AGORA”

Dois ônibus foram incendiados por criminosos entre a noite de anteontem e a madrugada de ontem em São Paulo, elevando para 12 o total de coletivos atacados desde o último dia 13 na Região Metropolitana de São Paulo.

De acordo com a Polícia Militar, um ônibus foi atacado na madrugada de ontem quando parou na região de Cangaíba, na zona leste de São Paulo. O fogo foi controlado sem que o ônibus fosse totalmente destruído.

Não houve feridos. Ninguém foi preso.

Na noite de anteontem já havia ocorrido outro ataque a ônibus na rua Abílio César, no Jardim Ângela, zona sul de São Paulo. Dois homens entraram no ônibus e obrigaram todos a descer.

A polícia investiga se os casos têm ligação com as mortes de PMs ocorridas nos últimos dias. Ao todo, seis PMs foram mortos. Policiais não descartam a hipótese de estar havendo um confronto entre criminosos na cidade.

REPRESÁLIA

O caso da zona sul ocorreu por volta das 23h50 de anteontem. Dois homens armados embarcaram, renderam o motorista e o cobrador e disseram que queimariam o veículo. Um terceiro homem entrou no ônibus carregando um galão de gasolina.

Os criminosos avisaram os passageiros que iriam atear fogo no ônibus em represália à polícia e mandaram o motorista encostar.

Mesmo antes de os passageiros descerem do veículo, um dos homens começou a jogar a gasolina e ateou fogo. Ninguém se feriu.

Os criminosos fugiram a pé e atiraram para o alto. Um dos tiros atingiu a telha da casa de um vizinho, que quase teve seu imóvel incendiado pelo ônibus em chamas.

"Estava tomando banho quando ouvi os tiros e vi aquela fumaça entrar na minha casa. Corri para jogar água no meu carro que estava na garagem e no portão para o fogo não entrar", diz um mecânico que, com medo, não se identificou.

CAMISETA

Um dos homens entregou ao motorista uma camiseta com a foto do auxiliar de cozinha Eleandro Cavalcanti de Abreu, 21, morto ao ser baleado em frente a um bar.

Segundo testemunhas, Abreu estava na rua conversando com amigos, perto de casa, na madrugada de quarta, quando um Gol preto, sem placas e com insulfilm, passou com velocidade reduzida.

Em seguida, uma moto com dois homens encapuzados passou e atirou. As balas atingiram a cabeça e o tórax da vítima, que não resistiu e morreu no local.

"Quase morri também. Depois disso nem fico mais na rua. Foi Deus quem me salvou", disse uma testemunha à reportagem.

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