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Homem de 61 anos sobrevive 4 dias em matagal após assalto

José Judson Correia, funcionário público, foi encontrado nu em Sobradinho, entorno de Brasília

Aposentado foi roubado e abandonado na mata por dois homens; ele sobreviveu sem comer e bebendo água de riacho

NÁDIA GUERLENDA
DE BRASÍLIA

Após quatro dias perdido em um matagal, completamente nu, sem comer e bebendo apenas água de um riacho, o funcionário público aposentado José Judson Correia, 61, foi encontrado na tarde de anteontem em Sobradinho, entorno de Brasília.

Para a polícia, Correia foi vítima de uma tentativa de latrocínio (roubo seguido de morte). O aposentado, que faz o transporte irregular de passageiros, acabou sendo vítima de dois homens que transportava em seu carro, um Fiat Uno.

"Eu parei para cumprimentar um amigo, baiano como eu, e eles falaram para eu seguir porque era um assalto", contou Correia, por telefone, à reportagem. O aposentado foi levado a um lugar deserto, foi completamente despido, teve as mãos amarradas com sua camiseta e foi empurrado em um barranco de cerca de 30 metros de altura.

"Eu não lembro da queda, mas lembro que quando acordei no chão só pensava que devia sair dali, porque, se eles descobrissem que eu estava vivo, iam correr atrás de mim", afirma Correia.

Ele conseguu andar cerca de 50 metros até chegar a um córrego, onde bebeu água.

Sobre os quatro dias que passou isolado, Correia diz que se lembra de ter gritado por socorro, de alucinações -"tive visões, alguém vinha falar comigo, pedir meu telefone"- e do enfraquecimento no último dia -"eu já não conseguia mais andar, doía meu corpo todo".

RESGATE

O resgate acabou acontecendo por uma coincidência: próximo ao local onde Correia estava, uma mangueira que retirava água do riacho estourou. "Umas três horas depois vieram duas pessoas para consertar e me viram. Foi uma felicidade só".

Correia está internado no Hospital Regional de Sobradinho, com escoriações e hematomas, mas não sofreu fraturas nem corre risco.

Para Jonas de Paula, diretor adjunto da Divisão de Repressão ao Sequestro, a história impressiona.

Os bandidos não foram identificados. Correia afirma que não irá mais trabalhar com caronas irregulares

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