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Luiz Carlos de Araújo (1945-2012)

O cinema de Lula Wendhausen

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

A mãe de Luiz Carlos de Araújo, temerosa de que a origem alemã pudesse trazer problemas ao filho nascido em 1945, ano em que a Segunda Guerra se encerrou, decidiu não passar a ele o sobrenome. Mas Luiz, ao cunhar seu nome artístico mais tarde, resgataria o Wendhausen.

Natural de Florianópolis, Lula Wendhausen, como ficou conhecido, mudou-se para Salvador aos cinco anos, porque o pai, baiano, decidiu voltar para sua terra natal. Tanto o pai quanto a mãe foram funcionários do Ibama.

Luiz formou-se em administração de empresas na federal da Bahia, mas desde estudante começou a se envolver com cinema. Conheceu nomes como Roberto Pires (1934-2001) e Glauber Rocha (1939-1981), como lembra Meia Celestino, sua companheira nos últimos 23 anos.

A partir dos anos 60, dirigiu curtas-metragens, como "Ulla", "A Barca de Noel" e "A Trajetória de um Zagueiro". No fim dos anos 90, convidou o diretor Rogério Sganzerla (1946-2004) para dirigir "Velas ao Vento", projeto que não vingou na época, mas no qual ainda trabalhava.

Morou em Paris, onde estudou cinema, e fez curso com o crítico Walter da Silveira, que dá nome a uma sala de cinema em Salvador da qual Lula foi programador.

Nos últimos 30 anos, trabalhou na Fundação Cultural do Estado da Bahia, na diretoria de audiovisual. Era louco por filmes de arte e, sensível, costumava chorar vendo alguns, como conta a mulher. Gostava de praia e literatura.

Sofria de diabetes. Morreu na quarta, devido a uma infecção hospitalar, e deixa uma filha. Faria 67 anos ontem.

coluna.obituario@uol.com.br

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