Vereadores fraudam presenças, diz jornal

Vereadores de São Paulo têm fraudado o painel eletrônico da Câmara Municipal para registrar falsa presença em sessões plenárias, segundo reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo" de ontem.

Com a fraude, projetos de lei acabam, muitas vezes, aprovados com um número menor de parlamentares do que o apontado pelo painel eletrônico da plenária, diz o jornal.

A presidência da Casa nega fraudes nas votações e investiga se há irregulares no sistema de registro de presença.

O jornal flagrou, em três semanas, 17 dos 55 vereadores cometendo a irregularidade.

Segundo a reportagem, um funcionário que trabalha na casa há 30 anos tem as senhas dos vereadores e marca a presença dos ausentes no painel eletrônico, a pedido dos próprios políticos.

A reportagem também constatou outras formas de fraude: parlamentares que marcam presença na sessão por um terminal que fica fora da plenária (próximo a um elevador de uso exclusivo) e outros que vão à sessão, registram presença e depois saem.

O vereador José Police Neto (PSD), presidente da Câmara, convocou ontem entrevista coletiva em que negou fraudes no painel de votações.

Segundo ele, as leis aprovadas sem que os vereadores estivessem presentes, na versão do jornal, faziam parte de votações simbólicas que não precisam de quórum.

Ele disse que, caso as irregularidades na marcação de presença sejam comprovadas, pretende avaliar a retirada do sistema de verificação de presença por senhas e do terminal perto do elevador.

O presidente afirmou que apurará os casos relatados pelo jornal em imagens das votações feitas pela TV Câmara. Disse que o funcionário apontado pelo jornal como responsável pela fraude tem justamente a função de marcar a presença para os vereadores.