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No 1º dia da lei, valets ignoram novo talão

Dos 19 restaurantes com o serviço visitados ontem pela Folha, apenas dois já usavam o novo cupom municipal

Empresas dizem que já pediram talonário à prefeitura; mesmo assim podem ser multadas, se flagradas

DE SÃO PAULO

No primeiro dia em vigor da nova lei que obriga que todos os valets paulistanos usem um cupom oficial da prefeitura, a maioria deles ainda estava irregular.

A Folha fez uma ronda na hora do almoço de domingo por quatro bairros badalados - Vila Madalena, Itaim Bibi e Jardins, na zona oeste, e Moema, na sul- e constatou que, de 19 restaurantes com valets, apenas dois já tinham o talão.

O cupom indica que o serviço é prestado por uma empresa cadastrada e regular e que pagou o ISS (Imposto Sobre Serviço) à prefeitura.

O cliente fica com uma parte, que serve como documento de identificação do valet -importante quando precisar fazer uma reclamação- e com o qual pode se beneficiar dos reembolsos do programa Nota Fiscal Paulistana.

A partir de hoje, a Secretaria de Finanças fará fiscalizações diárias pelos 900 serviços cadastrados. Se constatar que ele está sem talão, tanto o valet quanto o restaurante ou bar podem ser multados em R$ 639 por veículo.

Se vir que, além disso, o valet não tem um lugar fechado para estacionar os carros, a pasta notificará a subprefeitura para aplicar outra multa, por descumprir esta outra norma, vigente desde 2004.

Na Vila Madalena, os funcionários do valet Posto Bola 9, que atua em vários bares, mostravam o novo cupom como troféu para os motoristas: "Só nós que temos isso aqui!".

Dos 17 valets que estavam sem o talonário, 15 disseram que já fizeram o pedido na prefeitura, mas que ele ainda não ficou pronto.

Alguns mostraram o comprovante à Folha, como o Ka-kau Park, que atua nos restaurantes Ecco, Starbucks, Trindade e Lanchonete da Cidade, no Itaim Bibi. Ele solicitou 3.500 cupons em 14 de junho e pagou o ISS no dia seguinte.

Segundo a secretaria, os cupons levam 14 dias para ficarem prontos, mas cabe ao dono do valet fazer a retirada dos impressos. A pasta diz ainda que eles tiveram um mês para solicitar e foram informados do prazo de impressão.

O comprovante do pedido não vai impedir os estabelecimentos de serem multados, portanto.

(CRISTINA MORENO DE CASTRO E ALESSANDRO SHINODA)

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